Primeiro

Debate de candidatos no Rio Grande do Sul é dominado pelo tema da dívida pública

Ramiro Furquim/Sul21 Os temas mais discutidos durante o debate foram a dívida do Estado, educação, infraestrutura e segurança São Paulo – Seis candidatos ao governo do estado do Rio Grande […]

Ramiro Furquim/Sul21

Os temas mais discutidos durante o debate foram a dívida do Estado, educação, infraestrutura e segurança

São Paulo – Seis candidatos ao governo do estado do Rio Grande do Sul protagonizaram nesta quinta-feira (28) o primeiro debate na televisão aberta, realizado pela Rede Bandeirantes e mediado pelo jornalista Oziris Marins. Fugindo do confronto direto na maior parte das vezes, os candidatos Ana Amélia Lemos (PP), João Carlos Rodrigues (PMN), José Ivo Sartori (PMDB), Roberto Robaina (Psol), Tarso Genro (PT) e Vieira da Cunha (PDT) responderam a perguntas feitas um pelo outro e por jornalistas da emissora. Os temas mais discutidos nas duas horas de debate foram a dívida do Estado, educação, infraestrutura e segurança.

Dívida

Para Sartori, que concordou com a candidata, se “o governo quisesse” já teria feito essa repactuação. “O projeto que está no Senado não serve aos interesses do Rio Grande”, afirmou, defendendo que seja realizado um novo pacto federativo, que “estreite as relações entre estados, municípios e governo federal”.

O governador Tarso Genro, perguntando para João Carlos Rodrigues, mencionou que o PMDB é responsável pelo acordo firmado há 15 anos e que causou impossibilidade de pagar a dívida, diante dos “juros extorsivos” gerados, e lembrou que o PP participou do último governo, criticando a “tabelinha” dos candidatos. “Colocar o Rio Grande do Sul para baixo no momento em que pela primeira vez vamos abater R$ 15 milhões da dívida é não gostar do Estado”, criticou.

Já Vieira da Cunha afirmou ser “cético” em relação à votação do projeto pelo Senado, dizendo que “não tem conquista nenhuma na questão da dívida”. Ele defendeu que o governo apoiasse a iniciativa da OAB pela redução do percentual, o que Tarso classificou como “ingenuidade”.

Estradas

No segundo bloco, as perguntas foram feitas por jornalistas da Band para um candidato pré-selecionado por sorteio, que por sua vez escolheu um candidato para comentar sua resposta. Roberto Robaina respondeu ao questionamento sobre como melhorar a situação das estradas, apresentando a proposta de o Estado ter maior poder de intervenção. “Os recursos públicos, ao invés de serem usados para realmente construir estruturas e melhorar estradas, têm sido farto em isenções fiscais para grandes empresas. Queremos combater o modelo de entregar dinheiro público para grandes empresas privadas”, colocou.

Ele foi um dos poucos candidatos que escolheu interagir com quem admite discordar, pedindo que Ana Amélia comentasse sua resposta. Ela criticou a EGR, dizendo que o cidadão não está “satisfeito em pagar pedágio” para a empresa que “manda para Brasília a maior parte dos lucros”.

No terceiro bloco, a candidata do PP voltou a abordar a EGR, dizendo que a empresa “está cobrando um serviço que não devolve à população” e questionando Vieira da Cunha sobre o assunto. Ele defendeu a realização de parcerias público-privadas feitas de uma forma “ampla e democrática”, com o que Ana Amélia em seguida concordou.

Segurança

Questionada por um jornalista da Band sobre como melhorar a segurança do Estado, Ana Amélia afirmou que o assunto é “prioridade total” de sua coligação e firmou o compromisso de “honrar salários de todas as categorias que trabalham com segurança pública, fazer maior investimento em tecnologia, formação e inteligência”.

Mais uma vez, ela escolheu interagir com o candidato Sartori, que lembrou de ações feitas em Caxias do Sul enquanto era prefeito, como já destacou em outros debates. “Reduzir tarefas administrativas e colocar mais policiais na rua é uma das primeiras questões. Fomos o primeiro município a implantar policiamento comunitário, Caxias já reduziu criminalidade”, afirmou.

No terceiro bloco, questionado por João Carlos Rodrigues sobre o assunto, o governador Tarso destacou que “avançamos muito na segurança pública aqui no estado”, mencionando que foi feita uma reestruturação na Polícia Civil e contratados mais 2 mil brigadianos.

Educação

Questionado por jornalistas sobre o assunto no segundo bloco, Tarso afirmou que quando sua gestão assumiu o governo “tínhamos escolas de lata, com redes físicas completamente destruídas”. Ele ainda destacou que seu governo deu o maior aumento de salário para o magistério da história do Estado.

O candidato do Psol o criticou, dizendo que o completivo salarial que Tarso mencionou fornecer é criticado pela categoria porque “acaba com plano de carreira”. “Primeira coisa seria reconhecer que descumpriu tua própria palavra. Além disso, estão tentando enfiar reforma no ensino que reduz carga horária de matemática e português”, disse, referindo-se às mudanças que instituíram o ensino politécnico. O candidato da coligação Unidade Popular classificou as informações de Robaina como “fraude informativa”, alegando que não houve redução da carga horária destas disciplinas.

Questionado por Sartori sobre investimentos nessa área, João Carlos Rodrigues colocou que considera o professor “o profissional mais importante”. “Respeitar a lei é fundamental em todas as esferas públicas. Professor tem que receber piso nacional”, disse o candidato, que também defendeu investimento em segurança nas escolas.

Leia a análise completa no Sul 21

Leia também

Últimas notícias