#adiaenem

Weintraub propõe enquete sobre adiamento do Enem e diz que ‘não existe igualdade plena’

“Pessoas têm vantagens e desvantagens. Eu não tenho condição de jogar basquete na NBA (…) O mundo é injusto”, disse o ministro, ao defender manutenção da data

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Para o ministro, "não é em seis meses que você vai tirar a diferença de uma vida inteira"

São Paulo – O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou hoje (19) que vai realizar uma enquete para os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em que serão consideradas três opções: suspender o exame deste ano por 30 dias, por conta da pandemia do novo coronavírus, adiar por um tempo maior e manter na data prevista (dias 1º e 8 de novembro).

A decisão pela enquete veio após forte mobilização de estudantes e lideranças políticas em defesa do adiamento. A campanha #AdiaEnem ganhou as redes sociais, com o argumento de que muitos estudantes estão com aulas paralisadas por conta da pandemia.

O cenário de injustiça é o que mais preocupa. Enquanto alguns estudantes possuem condições de manter seus estudos em casa, com equipamentos e estrutura, muitos outros sequer possuem internet em casa; eles seriam os mais prejudicados.

“Desigualdade existe”

Weintraub defende a manutenção do calendário. Ele afirmou, em live, que “não existe igualdade plena”. E acrescentou: “Pessoas têm vantagens e desvantagens. Eu não tenho condição de jogar basquete na NBA. Eu adoraria jogar bola na Primeira Divisão, mas o mundo é injusto e eu não tenho habilidades”.

Para o ministro, “não é em seis meses que você vai tirar a diferença de uma vida inteira”. Ele acredita que os inscritos no Enem concordarão com ele pela manutenção do calendário.

Já sobre as campanhas pelo adiamento da prova, o ministro partiu para o ataque ideológico. “Esses líderes estudantis, velhos, que defendem a Coreia do Norte, querem impor (…) mesmo a UNE, que defende a Coreia do Norte”, afirmou.