Juros

Primeira reunião do Copom em 2015 não deve ter novidade, com nova alta

Aposta predominante é de mais uma elevação, que pode ser de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, levando a taxa básica ao maior nível em três anos e meio

arte rba

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central abre hoje (20) a primeira reunião de 2015, e não se espera nenhuma novidade: a tendência de alta da taxa básica de juros, a Selic, deve se manter. Mesmo com a economia frágil, a aposta dominante é de nova elevação, de 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Isso faria a taxa voltar ao nível de 12% ao ano, o que não acontece desde o segundo semestre de 2011. A decisão será anunciada no final da reunião, amanhã à noite.

Desde dezembro, a Selic está em 11,75%. Foi uma sequência de altas a partir de abril de 2013, quando a taxa básica havia chegado ao menor nível histórico (7,25%), para então subir de forma contínua durante quase um ano, até chegar aos 11%, para então estacionar durante três reuniões do Copom e ser novamente elevada nos dois últimos encontros de 2014. Mantido no cargo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, repetiu que fará “o que for necessário” para garantir que a inflação retorne ao centro da meta (4,5%), o que, espera-se, voltará a ocorrer em 2016.

No ano passado, o IPCA, a “inflação oficial”, fechou em 6,41%, dentro da meta, embora perto do teto (6,5%). Foi o 11º ano em que o índice manteve-se na meta. Em seu último relatório, o BC estimou que a inflação seguirá alta este ano, mas tende a iniciar um período de declínio.

Com olhos voltados para a inflação, a autoridade monetária precisa se preocupar com a atividade econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 será divulgado pelo IBGE em 27 de março, e prevê-se que não ficará muito acima de zero, o que deve se repetir este ano. Os apertos recentes anunciados pelo governo, sob nova direção econômica, terão efeito sobre o crescimento. Se atirar contra a inflação, fazendo “o que for necessário”, pode prejudicar ainda mais a já frágil economia real.