Preço da cesta básica volta a subir em outubro

Segundo o Dieese, houve alta em 16 das 17 capitais pesquisadas; salário mínimo necessário foi calculado em R$ 2.132,09

São Paulo – Com elevação dos preços dos alimentos, o valor da cesta básica manteve a trajetória de alta e subiu, em outubro, em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diese). A exceção foi Aracaju, com queda de 0,67%. Em quatro cidades, a alta ficou acima dos 5%: Goiânia (5,64%), Curitiba (5,78%),  Belo Horizonte (5,50%) e São Paulo (5,27%). A capital paulista registrou a cesta de maior preço no mês passado (R$ 253,79). Com base na cesta básica de São Paulo, o Dieese calculou o salário mínimo necessário em R$ 2.132,09, o equivalente a 4,18 vezes o valor oficial (R$ 510,00). Essa relação era de 4,01 vezes em setembro e de 4,49 em outubro de 2009.

No acumulado do ano, todas as capitais registram aumento da cesta básica, com destaque para Goiânia (20,45%), Recife (14,10%), Salvador (12,03%), São Paulo (11,22%) e Curitiba (9,49%). Os preços aumentaram 7,86% no Rio de Janeiro, 7,32% em Belo Horizonte, 4,05% em Porto Alegre e 0,91% no Distrito Federal.

Em outubro, os menores valores foram encontrados em Aracaju (R$ 172,04), João Pessoa (R$ 186,34) e Fortaleza (R$ 193,38).

Ainda no mês passado, de acordo com o Dieese, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em média, uma jornada de 94 horas e 11 minutos para adquirir os produtos essenciais, ante 91 horas e 4 minutos em setembro. Em outubro de 2009, a jornada era de três horas a mais.

Segundo a pesquisa, o feijão ficou mais caro nas 17 cidades em outubro, atingindo altas de 38,12% em Fortaleza, de 37,12% em Belo Horizonte, de 35,89% em São Paulo, de 32,32% em Belém e de 30,68% em João Pessoa. “A prolongada seca provocou o atraso no plantio da safra das águas e a falta de estoques do produto foram os causadores da alta dos preços”, diz o instituto. No ano, em alguns lugares o aumento superou 100%, casos de Goiânia (137,21%) e Belém (111,36%).

Já a carne, produto de maior peso na cesta, subiu em 16 capitais, com destaque para Florianópolis (8,05%), Rio de Janeiro (6,34%), São Paulo (4,56%) e Belém (4,53%). “O aumento da demanda externa e a seca reduziram o plantel do gado bovino, tendo como efeito a alta do produto. Contudo, as chuvas mais regulares poderão reverter esta situação nos próximos meses”, informou o Dieese.