São Paulo – O pagamento do 13º salário aos trabalhadores na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC deve somar aproximadamente R$ 427,2 milhões, segundo cálculo da subseção do Dieese na entidade. O setor “continua exercendo forte influência na economia regional, uma vez que representa 5,4% do total de pessoas que deverão receber o benefício de final de ano, mas participa com 12% dos recursos totais”, diz a entidade.

O sindicato representa 69.033 trabalhadores de quatro das sete cidades da região do ABC paulista: São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Eles têm rendimento médio de R$ 6.189. De acordo com o levantamento, os metalúrgicos concentram 9% do emprego com carteira assinada, mas respondem por 16,9% do total pago.

Região recebe R$ 3,6 bi

O estudo leva em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (“novo” Caged) e da Previdência Social. Não considera assalariados sem registro ou autônomos.

Em todo o ABC, o 13º deverá representar a entrada de R$ 3,6 bilhões. São R$ 2,5 bilhões aos empregados formais e R$ 1,1 bilhão a aposentados e pensionistas. No total, 1,275 milhão de pessoas recebem o benefício. A região responde por 1,6% do total a ser pago em todo o país (R$ 232,6 bilhões, segundo o Dieese).

Direito a ser preservado

As quatro maiores cidades (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema) concentram 88% dos recursos. Já em Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Mauá, os benefícios do INSS têm maior peso relativo.

“São valores que movimentam o comércio, quitam dívidas, são fundamentais para a região”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Wagner Santana, o Wagnão. “O 13º é um direito do trabalhador desde 1962, resultante da efervescente luta dos sindicatos por esse benefício, e está presente em vários países. Desde que foi instituído se observa uma tentativa incessante para que seja extinto, o que não pode acontecer. É um direito que precisa ser respeitado e preservado.”