Mercado interno deve continuar a aquecer produção de veículos, diz Anfavea

Estímulo fiscal por meio da redução de IPI e oferta de crédito sustenta expectativa

Movimento de julho foi o terceiro melhor da história da indústria automobilística, com 285,4 mil unidades (Foto: Reuters/Bruno Domingos)

São Paulo – O mercado doméstico de veículos é o que tem mantido as atividades da indústria automobilística graças à oferta de crédito e ao estímulo fiscal por meio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, esse cenário deve permanecer assim por um tempo.

O executivo afirmou que as vendas internas têm compensado, de certa forma, a perda do mercado estrangeiro. Só neste ano, a indústria deixou de enviar para fora do país US$ 4,1 bilhão, volume que representa quase 50% do total negociado no período de janeiro a julho de 2008, quando o movimento de exportações tinha atingido US$ 8,1 bilhões.

Em julho, as vendas externas foram 3,2% menores do que em junho, com US$ 618,2 milhões.

Segundo Schneider “não há nenhuma luz no fim do túnel” indicando a possibilidade de uma mudança nesse quadro, embora a indústria já tenha voltado a contratar depois de oito meses de cortes de vagas no setor. Em junho e julho, a base de trabalhadores foi ampliada em 0,1%, passando de 119.511 para 119.598.

“Sem dúvida alguma, nossa aposta no curto prazo é no mercado interno”, disse o presidente da Anfavea.

Apesar de uma queda de 4,9% sobre junho nos licenciamentos de veículos novos nacionais e importados, o movimento de julho foi o terceiro melhor da história da indústria automobilística com 285,4 mil unidades, ficando abaixo apenas do montante registrado no mês anterior (300,2 mil) e em julho do ano passado (288,1 mil).

De acordo com os dados da Anfavea, a participação dos importados ficou em 15,2%. Mais de 55% da procura foi de veículos populares com até mil cilindradas e se manteve em 89%, o percentual de veículos movidos à álcool e gasolina, os chamados flex fuel.

Para Schneider, as vendas internas têm estimulado a produção, mas o nível está abaixo do registrado até o início da crise financeira internacional, o que é atribuído à perda da expressiva fatia perdida nas exportações.

Em julho, foram produzidos 281,6 mil veículos, quantidade 0,9% inferior a junho e 11,5% menor do que em igual período do ano passado. No acumulado dos sete meses, há uma retração de 12,9%.

Fonte: Agência Brasil