Associação elogia novo aumento do IOF

Medidas contra queda do dólar devem ter efeitos mais imediatos, diz ex-diretor do BC

São Paulo – A elevação do imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os recursos de investidores estrangeiros que entram no Basil agradou à Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei).

Guido Mantega anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 4% para 6% sobre investimentos de estrangeiros em renda fixa. O governo também aumentou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF cobrado sobre a margem de garantia dos investimentos estrangeiros no mercado futuro – derivativos.

O diretor financeiro da associação, Daniel Dias de Carvalho, explicou que o setor depende de uma economia sólida e com demandas que incitem a necessidade de compra de novas máquinas e equipamentos.

“À medida que o dólar fica muito fraco aqui no Brasil, a gente perde competitividade [com mais produtos estrangeiros no mercado]. A gente também não exporta [com o real sobrevalorizado em relação ao dólar, os produtos brasileiros ficam mais caros no exterior]. Prejudica grande parte da nossa economia. Nós não pregamos que o dólar tenha que ser o menor possível”, disse o representante da Abimei.

Daniel defende que a moeda norte-americana tem que estar em “condições ideias” para a economia funcionar de forma saudável.Apesar de dizer que é difícil ponderar qual seria o valor ideial, o diretor da Abimei, avalia que o dólar deveria ser negociado entre R$1,80 a R$ 2.

Medidas devem ter efeitos mais imediatos, diz ex-diretor do BC

O aumento das alíquotas sobre Operações Financeiras (IOF) devem ter efeitos mais imediatos, avalia o economista e ex-diretor do Banco Central, Carlos Eduardo Freitas.

Para Freitas é preciso analisar a necessidade de adoção de medidas “mais fortes” e de longo prazo. O economista ponderou que o governo está sendo cauteloso para “ver a disposição dos investidores antes de tomar uma medida mais forte” e o resultado de medidas desse tipo é percebido com rapidez.

“É preciso uma correção de longo prazo para um problema que é agudo”, destaca Freitas. Ele lembra que a queda do dólar é uma preocupação de diversos países, gerada pela política monetária americana de juros baixos. “A política monetária frouxa dos Estados Unidos está inundando o mundo de liquidez”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil