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IPCA volta a subir em abril, mas taxa acumulada retorna ao limite da meta

Maior pressão individual veio dos preços dos remédios, segundo o IBGE. Também influenciaram o resultado itens como empregado doméstico, despesas com habitação e refeição fora de casa. Alimentos sobem menos pelo terceiro mês seguido, mas ainda respondem por 44% da taxa geral

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,55% em abril, informou na manhã de hoje (8) o IBGE, interrompendo trajetória descendente verificada nos dois meses anteriores. A taxa foi de 0,86% em janeiro, 0,60% em fevereiro e 0,47% em março – em abril de 2012, havia ficado em 0,64%. Mesmo assim, no acumulado em 12 meses, o índice oficial de inflação foi para 6,49%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,59%). Com isso, voltou para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (6,5%). Nos primeiros quatro meses do ano, o IPCA somou 2,5%, acima de igual período do ano passado (1,87%).

Os preços dos remédios tiveram alta de 2,99% e, isoladamente, tiveram o maior impacto no índice geral (0,10 ponto percentual). Segundo o IBGE, o resultado “traduz parte do efeito do reajuste autorizado sobre os preços em 31 de março, que variou de 2,70% a 6,31%, a depender da classificação do medicamento”. Com isso, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais passou de 0,32%, em março, para 1,28%, sofrendo influência também do item “serviços médicos e dentários”, que subiu 1,19%.

O segundo maior impacto veio do item empregado doméstico, que mesmo tendo subido menos (de 1,53% para 1,25%) representou 0,05 ponto percentual. Outros componentes de Despesas Pessoais também subiram menos, como manicure (de 1,30% para 1,15%) e cabeleireiro (de 1,14% para 0,43%), mas ainda assim o grupo teve variação maior em abril (0,61%, ante 0,54% no mês anterior), sob influência do item recreação, que foi de -0,72% para 0,14%.

As despesas com habitação também aumentaram (de 0,51% para 0,62%),  com altas de 1,56% em artigos de limpeza, 1,24% em mão de obra, 0,83% no aluguel residencial, 0,81% na taxa de água e esgoto e 0,39% no gás de botijão. No item água e esgoto, o instituto apurou variações de 5,79% na região metropolitana de Curitiba (com reajuste de 6,74% nas tarifas em 23 de março), de 3,56% em Recife (reajuste de 5,23% em 20 de março), 0,40% em São Paulo (reajuste de 2,38% em 22 de abril) e 0,30% em Brasília (9,54% em 1º de março).

O grupo Alimentação e Bebidas subiu bastante (0,96%), mas menos do que em em março (1,14%), mostrando, segundo o IBGE, “continuidade da desaceleração” nos preços dos alimentos, tendência iniciada em fevereiro, quando a alta foi de 1,45%, ante 1,99% em janeiro. Mesmo assim, o grupo ainda respondeu por 0,24 ponto percentual, ou 44% da taxa geral.

De março para abril, ficaram mais baratos itens como açúcar refinado (-4,50%), açúcar cristal (-3,41%), óleo de soja (-2,87%), arroz (-1,87%), carnes (-1,78%), café moído (-1,37%). Subiram menos o ovo (1,84%), frutas (3,24%), farinha de mandioca (4,43%) e cebola (10,96%). Entre os produtos que aumentaram mais do que em março, estão batata-inglesa (16,16%), feijão carioca (9,44%), tomate (7,39%), hortaliças e verduras (3,31%), leite (2,91%), queijo (1,78%), refrigerante (1,46%) e pão francês (0,80%).

O IBGE lembra que a refeição consumida fora de casa subiu 0,92% no mês passado. Teve impacto de 0,05 ponto no resultado geral, o mesmo do empregado doméstico.

Entre outros componentes do IPCA, o grupo Educação foi de 0,56% para 0,10%, com redução dos cursos regulares. As despesas com Transportes caíram 0,19%, ante redução de 0,09% em março, com queda de 9,12% nas passagens aéreas (que já haviam caído 16,43% em março). Esse item representou impacto de 0,05 na taxa geral. A gasolina recuou 0,41% e os preços dos automóveis novos caíram 0,12%. Também foi apurada queda de 0,24% na tarifa de ônibus urbano, devido à variação de -6,79% na região metropolitana de Salvador. Já em Curitiba foi registrado aumento de 4,82%

No grupo Comunicação, o instituto apurou queda de 0,32%, ante variação de 0,13% no mês anterior. Segundo o IBGE, “a redução se deve às contas de telefone fixo, que passaram de 0,15% para –1,06% em razão das tarifas de fixo para móvel terem ficado mais baratas a partir do dia 6 de abril”.

O maior índice regional foi registrado em Recife (0,90%), “onde os alimentos subiram 1,50%, pressionando a taxa do mês”. Os menores foram os de Porto Alegre (0,32%) e Goiânia (0,31%) – nos dois casos, devido à menor variação dos preços dos alimentos. O IPCA variou 0,64% na região metropolitana de Belo Horizonte, 0,44% em Brasília, 0,59% no Rio de Janeiro e 0,54% em São Paulo.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,59% em abril, resultado próximo ao do mês anterior (0,60%) e pouco abaixo de abril do ano passado (0,64%). Com isso, a taxa está acumulada em 2,66% no ano (ante 1,73% no primeiro quadrimestre de 2012). Em 12 meses, vai a 7,16%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (7,22%).