Pressão diminui

Inflação perde força e tem menor índice acumulado em 10 meses: alimentos sobem menos

IPCA divulgado nesta quarta pelo IBGE variou 0,16% em março, bem menos que no mês anterior, e soma agora 3,93% em 12 meses

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,16% no mês passado, bem menos do que em fevereiro (0,83%) e do que em março de 2023 (0,71%). É a menor taxa desde julho. Com esse resultado, divulgado na manhã desta quarta-feira (10) pelo IBGE, o indicador oficial de inflação no país soma 1,42% no ano e 3,93% em 12 meses – menor índice acumulado em 10 meses.

“Essa desaceleração na inflação também é explicada pelo fato de que, em fevereiro, os preços da Educação tiveram alta significativa por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não aconteceu em março”, observa o gerente da pesquisa, André Almeida. O grupo citado foi de 4,98%, no mês anterior, para 0,14%.

Alimentos têm maior impacto sobre a inflação

Embora tenha registrado alta novamente, o grupo Alimentação e Bebidas teve variação bem menor de fevereiro para março: de 0,95% para 0,53%. Ainda assim representou impacto de 0,11 ponto percentual no índice geral. O item alimentação no domicílio foi 1,12%, em fevereiro, para 0,59%. Assim, o IBGE destaca as altas de produtos como cebola (14,34%), tomate (9,85%), ovo de galinha (4,59%), frutas (3,75%) e leite longa vida (2,63%).

Em 12 meses, a dupla arroz e feijão (preto) acumula altas de 28,39% e 22,17%, respectivamente. O fradinho sobe 17,03% e o carioca cai 6,64%. Batata (39,36%) e tomate (22,24%) também se destacam entre os aumentos. A banana prata soma 33,94%, enquanto o mamão cai 26,80%. E a famosa picanha tem queda de 10,30%.

Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais subiu 0,43% no mês passado, com influência de dois itens: plano de saúde (0,77%) e produtos farmacêuticos (0,52%). Entre esses, remédios anti-infecciosos e antibióticos (1,27%) e analgésicos/antitérmicos (0,55%).

Energia sobe, gás recua

Já em Habitação (0,19%), a energia elétrica aumentou 0,12% no mês, com reajustes nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro. A taxa de água e esgoto teve pequena variação (0,04%), com reajuste aplicado em Aracaju. Por outro lado, o gás encanado recuou 0,05%, com “apropriação residual” após redução tarifária no Rio e em Curitiba.

No grupo Transportes, a queda de 0,33% teve influência dos preços da passagem aérea (-9,14%). Entre os combustíveis, etanol (0,55%) e gasolina (0,21%) tiveram alta, enquanto gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%).

Variações regionais

Com reajuste em Belo Horizonte, o táxi subiu 0,23%. O ônibus urbano registrou queda de 0,06%, depois de unificação de tarifas em Recife e reajuste em Campo Grande. Já o ônibus intermunicipal teve aumento médio de 0,75% depois de reajuste no Rio. O trem caiu (-0,19%).

Entre as áreas pesquisadas, a única queda do IPCA foi apurada em Porto Alegre: -0,13%. O maior índice foi o de São Luís (0,81%). Em 12 meses, o indicador vai de 2,86% (também Porto Alegre) a 5,07% (Belo Horizonte). a região metropolitana de São Paulo, varia 4,07%.

INPC: 3,40% em 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,19%, ante 0,81% em fevereiro e 0,64% em março do ano passado. Agora, soma 1,58% no ano e 3,40% em 12 meses. O indicador é usado como referência em negociações salariais.

Segundo o IBGE, os produtos alimentícios passaram de 0,95% para 0,50%. Os não alimentícios, de 0,77% para 0,09%.

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