São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a “inflação oficial” do país, não teve variação em junho, na menor taxa desde junho de 2006 (-0,21%). Em junho do ano passado, a taxa foi de 0,36%. Com isso, no primeiro semestre o índice ficou acumulado em 3,09%, acima de igual período de 2009 (2,57%). Mas em 12 meses o IPCA atingiu 4,84%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (5,22%) e voltando a ficar abaixo de 5%.

“Os alimentos, cujo movimento de alta, decorrente em grande parte de problemas climáticos neste ano, já havia perdido força em maio, foram os principais responsáveis pela forte desaceleração do IPCA em junho”, afirmou o IBGE. O grupo Alimentação e Bebidas teve variação de -0,90% no mês passado, ante 0,28% em maio. “Houve queda para os alimentos em todas as regiões pesquisadas, de -0,31% em Belém a -1,43% em Goiânia.” Em São Paulo (peso de 33% no total), o índice também ficou no zero e no Rio de Janeiro (14%), em 0,04%.

De acordo com o instituto, vários produtos ficaram mais baratos em relação a maio, como batata-inglesa, “que, com preços 23,97% mais baixos, apresentou a mais significativa contribuição individual para menos: -0,09 ponto percentual”. Ainda segundo o IBGE, os poucos alimentos em alta também tiveram redução no ritmo de aumento dos preços, casos da refeição fora do domicílio (de 1,15% em maio para 0,80% em junho) e do feijão carioca (de 12,96% para 2,47%).

Os produtos não-alimentícios também subiram menos: de 0,48% em maio para 0,27% em junho. E o grupo Transporte (-0,21%) sofreu, diz o IBGE, influência da queda de preços do etanol (de -5,77% em maio para -5,41% em junho) e da gasolina (de 0,01% para -0,76%), além dos automóveis novos (de 0,76% para -0,37%) e usados (de 0,02% para -1,21%). Já passagens aéreas ficaram 12,57% mais caras, após cair 0,90% em maio.

E o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação de -0,11% em junho, ante 0,43% de maio, na menor taxa desde junho de 2005 (também -0,11%). Com o resultado, o INPC acumulou alta de 3,38% no primeiro semestre (ante 2,75% em igual período de 2009) e 4,76% em 12 meses, ante 5,31% nos 12 meses imediatamente anteriores.