São Paulo – A indústria paulista criou 114 mil empregos em 2010 (crescimento de 4,74% sobre 2009), no melhor resultado da série histórica, iniciada em 2006, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado (Ciesp). O resultado ficou dentro do previsto pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) das entidades. Mas o diretor titular do departamento, Paulo Francini, observou que o setor deverá retornar a níveis pré-crise apenas no começo de 2012. Antes, a previsão era de que isso ocorresse no primeiro trimestre deste ano. Ele atribuiu o ritmo mais lento de recuperação a dois fatores: ganhos de produtividade (manter bom nível de produção com menos trabalhadores) e alta presença de importados no mercado.

“A questão das importações ainda está em curso e será determinante para a performance da indústria no ano. Se a trajetória for a de uma moeda mais competitiva, teremos um melhor desempenho da produção doméstica”, comentou Francini. A Fiesp e Ciesp projetam crescimento de 4,6% para o PIB este ano, atingindo 4,7% no caso da indústria de transformação.

Apenas em dezembro, a indústria eliminou 60.500 vagas (-2,34%), menos do que o esperado para o período. “A perda ocorrida em dezembro foi menor do que imaginávamos. Talvez isso esteja relacionado com o bom desempenho da produção no fim do ano, que pode ter motivado a rápida reposição de estoques”, disse Francini. Do total, aproximadamente 24 mil demissões ocorreram devido à entressafra no setor de açúcar e álcool.

No acumulado de 2010, os setores que registraram maior crescimento do nível de emprego foram equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (11,5%), metalurgia (10,2%) e móveis (9,3%). Das 36 regiões pesquisadas, 27 fecharam em alta, com destaque para Piracicaba (13%), Franca (10,6%) e Taubaté (9,4%).

Ainda este mês, no próximo dia 27, a Fiesp e o Ciesp divulgaram o resultado do nível de atividade da indústria paulista em 2010. A previsão é de crescimento de 10%.