Emprego precisa estar no centro do combate à crise, dizem ministros do Trabalho do G20

São Paulo – Ministros do Trabalho do G20, o grupo dos 20 países mais desenvolvidos, entre os quais o Brasil, apresentaram ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, uma lista […]

São Paulo – Ministros do Trabalho do G20, o grupo dos 20 países mais desenvolvidos, entre os quais o Brasil, apresentaram ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, uma lista de recomendações de políticas de enfrentamento da crise, especificamente voltada aos trabalhadores. “A qualidade dos empregos é tão importante quanto a quantidade”, afirmou a secretário do Trabalho norte-americana, Hilda L. Solis.

O documento entregue a Obama tem cinco itens básicos: acelerar a criação de empregos para garantir uma recuperação sustentada; fortalecer os mecanismos de proteção social e promover políticas ativas de emprego; ter o emprego e a redução da pobreza como foco das estratégicas econômicas nacionais e globais; melhorar a qualidade dos postos de trabalho; e preparar a força de trabalho para os desafios do mercado.

Os ministros se reuniram durante dois dias em Washington. Entre eles, o ministro brasileiro, Carlos Lupi, citou as políticas de valorização do salário mínimo e de qualificação profissional, além do crescimento do mercado de trabalho formal. “Desde o início da crise, constatamos que ela foi gerada pelo sistema financeiro, pouco sensível às questões sociais”, disse Lupi. “Os primeiros sinais de recuperação do emprego, com a retomada do crescimento econômico, surgiram já a partir de fevereiro de 2009, percebidos nos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)”, acrescentou.

Segundo Lupi, de 2003 até o final do ano passado (período do governo Lula), foram criados mais de 12 milhões de trabalho formais, crescimento de 40%. Ao mesmo tempo, a taxa média de desemprego recuou de 10% para 7,9%. “Creio que o Brasil tenha condições de gerar mais de 2 milhões de empregos este ano, fazendo de 2010 o melhor ano da criação de empregos em toda a história”, afirmou o ministro.

Durante o encontro nos Estados Unidos, Lupi adiantou que o ministério prepara o lançamento de um Plano Nacional de Trabalho Decente, para monitorar os efeitos das políticas do governo sobre o emprego e a proteção social.

Esta semana, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou relatório no qual cita a importância das políticas oficiais de estímulo à economia, que teriam preservado 21 milhões de emprego durante a crise. Uma estratégia diferente do que ocorreu na crise dos anos 90, diz a OIT, “quando houve corte substancial em gastos sociais”.

Ao mesmo tempo, a entidade defende a manutenção dos programas de estímulo, argumentando que a recuperação da economia ainda é frágil. Segundo a OIT, o número de trabalhadores abaixo da linha passou de 39,7% para 45,6% do total durante a crise.