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Copom mantém taxa básica de juros em 11%

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São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (3), por unanimidade, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11%. O comunicado divulgado pela instituição diz que a decisão foi tomada sem viés de alta ou baixa.

Este ano, a taxa subiu em janeiro, fevereiro e abril, quando foi ajustada de 10,75% ao ano para 11% ao ano. Nas reuniões de maio e julho, a Selic foi mantida no atual patamar. O Copom realiza oito reuniões por ano, ainda faltam as de outubro e dezembro.

A Confederação dos Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financiero (Contraf-CUT) condena a manutenção da Selic em 11 % ao ano. “Manter a Selic nesse patamar elevado, no momento em que a inflação está próxima de zero e o PIB não sai do lugar, é frear o crescimento econômico e apostar na recessão, o que terá consequências desastrosas para o país e para os trabalhadores, trazendo de volta o fantasma do desemprego e de redução da massa salarial”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Segundo ele, com a inflação estando sob controle, com os índices de 0,26% registrado em junho e 0,13% em julho, não há justificativa para a prática de uma taxa de juros básica tão elevada “Os maiores beneficiários dessa política são os bancos, os rentistas e os grandes especuladores financeiros, que continuarão lucrando muito e tirando vultosos recursos dos cofres públicos, que deveriam ser direcionados para o crescimento da economia e para a distribuição de renda” afirma.

Para Cordeiro, o Copom deveria baixar a Selic e forçar uma queda dos juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito para a produção e para o consumo, incentivando o emprego e a distribuição de renda.

“Os bancos abocanham recursos bilionários do Estado, na medida em que são os principais detentores de títulos públicos e se beneficiam das altas taxas da Selic, dificultando investimentos que o país tanto precisa para acelerar o crescimento e combater as desigualdades sociais”, salienta o dirigente sindical.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, avalia, em nota, que a manutenção da Selic coloca em risco a situação financeira de empresas e trabalhadores. “A divulgação dos resultados do PIB no segundo trimestre confirmou o que todos já sabiam: a economia brasileira encontra-se em recessão. O caso da indústria de transformação é ainda pior, pois a queda do segundo trimestre foi a quarta consecutiva. Os investimentos também mostraram a mesma dinâmica.”

Já para a Força Sindical, a manutenção dos juros altos representa mais uma oportunidade perdida pelo governo de virar o jogo. “A atual situação – queda drástica no nível da atividade econômica – já era esperada e foi causada por um conjunto de fatores, tais como: falta de investimentos, câmbio sobrevalorizado durante muito tempo e, sobretudo, por uma política monetária que, durante boa parte do tempo, manteve as taxas de juros em patamares extremamente elevados”, diz o presidente da central, Miguel Torres, em nota.

Rede Brasil Atual