Selic

Copom corta taxa de juros pela quarta vez, para 11,75%. E prevê novas reduções

Para colegiado, cenário é de ritmo mais lento de “desinflação”

Antonio Cruz/Agência Brasil
Antonio Cruz/Agência Brasil

São Paulo – Em decisão mais uma vez esperada, anunciada na noite desta quarta-feira (13), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa básica de juros (Selic) em meio ponto percentual, para 11,75% ao ano. Foi a quarta redução seguida, todas de meio ponto. Com isso, os juros voltam ao nível de março de 2022, ainda em patamar elevado, segundo as críticas do mundo político e do setor produtivo.

A decisão do Copom foi unânime. Em comunicado divulgado ao final dos dois dias de encontro, o último de 2023, o colegiado afirma que a conjuntura se caracteriza por um “processo desinflacionário que tende a ser mais lento”, além de um “cenário global desafiador”. Isso exige, conclui, “serenidade e moderação na condução da política monetária”. O Comitê prevê “redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”.

Assim, a taxa básica começou o ano em 13,75%, patamar em que se mantinha desde agosto de 2022, após uma série de altas, e termina em 11,75%, para os próximos 45 dias. Durante todo este ano, o Copom foi alvo de protestos e críticas públicas. A manutenção da inflação oficial em nível controlado reforçou e embasou as reclamações.

Inflação dentro da meta

Conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, de 1,75% a 4,75%. Neste momento, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) soma 4,68% em 12 meses. O Copom projeta inflação de 4,6% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025.

Para o ano que vem, o “mercado” avalia que as reduções vão continuar, mas em menor medida. Dessa forma, a Selic fecharia 2024 em 9,25%. A primeira reunião do Copom em 2024 será em 30 e 31 de janeiro.