Com alta de alimentos e transportes, IPCA volta a subir em setembro

Índice atingiu 4,97% no ano e 7,31% em 12 meses, taxa mais alta desde junho de 2005. Apesar de contribuir com a elevação, preços de alimentos subiram menos que no mês anterior

São Paulo – Depois de um período mais comportado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pelo segundo mês seguido e atingiu 0,53% em setembro, ante 0,16% em agosto e 0,45% em setembro do ano passado. Com o resultado, anunciado nesta sexta-feira (7) pelo IBGE, o IPCA, considerado o índice oficial de inflação no país, atingiu 4,97% no acumulado do ano (3,60% em igual período de 2010) e 7,31% em 12 meses, o mais alto para esse intervalo desde junho de 2005 (7,27%). Alimentos – mesmo com desaceleração – e passagens aéreas exerceram os principais impactos: esses dois itens contribuíram com 0,24 ponto percentual (45% da taxa total). Somados, os grupos alimentação e transportes respondem por 57% do resultado do mês.

Só os alimentos representaram 28% do resultado. “Vários produtos ficaram mais caros, com destaque para o feijão carioca (6,14%), açúcar refinado (3,82%) e cristal (3,42%), frango (2,94%) e leite (2,47%)”, informou o instituto. Apesar da alta, o grupo teve desaceleração de agosto para setembro (de 0,72% para 0,64%), “o que é explicado pelo menor crescimento de preços de determinados itens, destacadamente carnes (de 1,84% em agosto para 0,99%), frutas (de 3,07% para 1,45%) e pão francês (de 0,63% para 0,57%), além das expressivas reduções nos preços do alho (de -8,96% para -16,84%), cebola (de -7,40% para -7,69%) e tomate (de -0,58% para -6,79%)”.

Individualmente, o principal impacto foi das passagens aéreas (0,09 ponto). O preço dos voos subiu, em média, 23,4% – em agosto, as tarifas haviam caído 5,95%. Com isso, a inflação do grupo de transportes passou da estabilidade (0,03% no mês anterior) para uma alta de 0,70%. Os combustíveis foram de -0,09% para 0,69%, com o etanol passando de 0,30% para 3% e o litro da gasolina, de -0,14% para 0,50%.

Outros itens destacados pelo IBGE foram os aluguéis residenciais (alta de 0,92%), o gás de botijão (1,36%) e a taxa de água e esgoto (1,19%). Isso fez as despesas com habitação aumentarem 0,71%, bem acima de agosto (0,32%). O pagamento de salários dos trabalhadores domésticos subiu 1%, enquanto os artigos de vestuários tiveram alta de 0,80%.

Entre os índices regionais, o maior foi registrado na região metropolitana de Curitiba (0,86%), “influenciado pela forte alta nos preços dos alimentos (1,02%), passagens aéreas (26,24%) e combustíveis (4,16%)”. O menor foi o de Belém (0,15%),”tendo em vista o resultado do grupo alimentação e bebidas (0,16%), o menor entre as regiões pesquisadas”. O IPCA subiu 0,60% em Belo Horizonte, 0,82% em Brasília, 0,37% em Fortaleza, 0,44% em Goiânia, 0,51% em Porto Alegre, 0,42% em Recife, 0,42% no Rio de Janeiro, 0,72% em Salvador e 0,51% em São Paulo. A maior alta em 12 meses também é a Curitiba (7,77%) e a menor de Porto Alegre (6,3%).

INPC

Usado como referência em negociações salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 0,42%, em agosto, para 0,45% (0,54% em setembro do ano passado). Agora, o INPC está acumulado em 4,61% no ano (ante 3,80% em igual período de 2010) e em 7,3% nos últimos 12 meses, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (7,4%).