Alimentos voltam a pressionar, e ICV-Dieese sobe em novembro

Segundo o instituto, apenas a carne bovina subiu 11,01% no mês; índice total tem inflação de 6,31% em 12 meses

São Paulo – O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no município de São Paulo, registrou alta de 1,04% em novembro, ante 0,93% no mês anterior. Com esse resultado, o ICV acumula inflação de 6,23% no ano e de 6,31% em 12 meses.

Segundo o Dieese, o principal fator de pressão no mês passado veio do grupo Alimentação, com alta de 2,81%. O destaque foi a carne bovina, que subiu 11,01% no mês e já acumula inflação de 26,12% em quatro meses. A segunda maior elevação foi do grupo Transporte (0,61%). Os combustíveis subiram 1,49%, destacando-se o álcool (3,84%).

A inflação em novembro foi maior para famílias de menor poder aquisitivo (1,17% no estrato 1 e 1,19% no estrato 2). O mesmo acontece no acumulado em 12 meses, com inflação de 6,95% para o estrato 1 (a de menor poder aquisitivo) e de 6,78% para o 2 (intermediário). Para o estrato 3, o ICV sobe 5,94%.

“O comportamento dos preços dos produtos in natura e semielaborados, nos últimos 12 meses, apontou forte instabilidade com origem em fatores como: problemas sazonais, questões climáticas e aumento da demanda interna e externa”, diz o Dieese. Em dezembro do ano passado, esses alimentos registraram deflação de 0,14%, mas nos quatro meses seguintes acumularam alta de 7,40%. Depois, de maio a agosto, caíram 3,23%, para subir 10,87% de setembro e novembro. Assim, no ano, o grupo Alimentação teve alta de 10,28%. Só a carne bovina tem alta de 31,08%, enquanto o preço do feijão aumentou 94%.