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Polícia prende 57 suspeitos por ataques no Rio Grande do Norte. Força Nacional é reforçada 

Governo do Rio Grande do Norte diz que chegada de agentes tem colaborado para a queda de cerca de 60% no número de ataques contra patrimônios públicos e privados. Suspeito de comandar ações é transferido para unidade de segurança máxima

Fátima Bezerra/Twitter/Reprodução
Fátima Bezerra/Twitter/Reprodução
O governo federal anunciou o envio de mais equipes da Força Nacional ao Rio Grande do Norte. A decisão foi tomada após a nova onda de ataques, pela terceira madrugada seguida

São Paulo – Pelo menos 57 pessoas já foram presas no Rio Grande do Norte, suspeitas de participar dos ataques criminosos praticados em 19 municípios do estado desde terça-feira (14). De acordo com balanço divulgado às 6h30 desta quinta-feira (16) pelo governo estadual, a polícia apreendeu até o momento mais de 15 armas, 46 artefatos explosivos e 10 galões de gasolina. Além de cinco carros, duas motos, drogas, munições e dinheiro.

A gestão de Fátima Bezerra (PT) também informou que a chegada de agentes da Força Nacional tem colaborado para a melhoria do quadro de crise. Houve uma queda de aproximadamente 60% no número de ataques contra patrimônios públicos e privados. O número de cidades afetadas pelas ações criminosas também caiu. Na madrugada de terça, pelo menos 19 registraram atos de violência. O número caiu para seis, nesta quarta e permaneceu igual na madrugada de hoje, incluindo a capital, Natal. 

O Sindicato do Crime é a facção criminosa apontada como responsável pelo incêndio em prédios públicos, comércios e veículos. Os ataques seriam em decorrência de um protesto contra as condições precárias nas penitenciárias do estado. O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) informou que apura as motivações, mas apontou que uma das queixas, da falta de visitas íntimas, seria “regalia”, não prevista na Lei de Execução Penal. “Insatisfações outras, até o momento, têm sido ventiladas aparentemente como narrativas para justificar o movimento criminoso”, afirmou o órgão.

O Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), ligado ao Ministério da Justiça, disse, contudo, ter identificado práticas de maus tratos em 5 presídios inspecionados em 2022 no estado.

Terceira madrugada de ataques

Pela manhã, segundo informações do g1, um ônibus foi novamente incendiado por criminosos no bairro Guarapes, na zona oeste de Natal. As chamas também atingiram a fiação local. Por conta do ataque, a prefeitura de Natal informou que a frota de ônibus da capital foi recolhida por decisão do sindicato que representa os motoristas.

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O município também suspendeu a coleta de lixo e o atendimento em unidades básicas de saúde e em escolas da rede pública. Ainda nesta quinta, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) transferiu para uma unidade de segurança máxima um homem suspeito de comandar os atos de terror de dentro da Penitenciária Lemos Brito, no Complexo da Mata Escura, em Salvador. Ele seria Judson Bezerra Araújo Batista. 

Além dele, mais três internos são suspeitos de fazer parte do esquema crimonoso. Não há, contudo, informações sobre a transferência dos outros dois. De acordo com a Seap, foram encontrados com eles dois celulares, dois fones de ouvido e um carregador. Os esquipamentos estavam escondidos dentro de um chuveiro na cela. 

Apoio do governo federal

Mais cedo, o governo federal também anunciou o envio de mais equipes da Força Nacional ao Rio Grande do Norte. A decisão foi tomada após a nova onda de ataques, pela terceira madrugada seguida. 

Em entrevista exclusiva à Rádio Brasil Atual, hoje, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino afirmou que parte dos agentes atuará na segurança do estado, enquanto outra intervirá no sistema penitenciário. “Ao longo de hoje e amanhã haverá aumento do efetivo e não há limite para esse aumento até que haja superação desse quadro de crise. Após sua sucessão, já ofereci ajuda para que as causas desse problema possam ser enfrentadas de maneira efetiva”, defendeu Dino. 

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