rio de janeiro

Incêndio destrói instalações do AfroReggae no Complexo do Alemão

Para coordenador do movimento, fogo foi provocado criminosamente. Testemunhas relatam terem visto pessoas entrando no local e saindo com o prédio já em chamas

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Para o coordenador do Afroreggae, jovem de 20 anos que se feriu no incêndio pode ajudar a esclarecer o caso

Rio de Janeiro – Um incêndio destruiu na madrugada de hoje (16) a sede do jornal Voz das Comunidades e uma pousada do grupo AfroReggae, que ficavam no mesmo prédio, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Um rapaz de 20 anos ficou ferido e foi levado para o Hospital Getúlio Vargas.

Os bombeiros chegaram ao local do incêndio às 4h40, após receberem chamados de moradores. Policiais civis da 22ª Delegacia de Polícia (Penha) vão investigar o caso.

José Junior, coordenador do grupo AfroReggae, chamou o incêndio de criminoso em seu perfil na rede social Twitter e contou que foi acordado com a notícia. “A única certeza que eu tenho é de que foi criminoso”, disse. As suas suspeitas foram reforçadas por relatos de moradores.

Já o estudante René Silva, dono do jornal, afirmou que todo o material da redação que estava no prédio foi destruído pelo fogo. O Voz das Comunidades funcionava em duas salas do prédio onde funcionaria a pousada do AfroReggae, que ainda não tinha sido inaugurada.

O jornal ganhou notoriedade durante a ocupação policial no Complexo do Alemão, em novembro de 2010, quando René dava informações em tempo real dos trabalhos por sua conta no Twitter.

José Júnior afirmou estar certo de que o incêndio que destruiu na madrugada de hoje (16) um prédio da ONG no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, foi criminoso. “A única certeza que eu tenho é de que foi criminoso”, disse José Junior, que tem suas suspeitas reforçadas por relatos de moradores.

Segundo o coordenador, vizinhos contam ter visto um grupo de duas a quatro pessoas entrando no prédio na madrugada e saindo depois que ele estava em chamas. José Júnior acredita que o jovem de 20 anos que se feriu no incêndio e foi levado para o Hospital Getúlio Vargas pode ajudar a esclarecer o que aconteceu.

“Ele contou aos policiais e bombeiros que estava tentando apagar o fogo, mas não era funcionário do AfroReggae, e os moradores vizinhos não o conhecem”, disse José Júnior, que postou em seu perfil no Twitter: “Não iremos nos acovardar!!!”

Pousada da comunidade

O imóvel pertence à ONG há ao menos quatro anos e teria uma pousada destinada a estudantes intercambiários, que seria inaugurada no dia 5 de agosto. A ideia do projeto era trazer jovens para trabalhos sociais na comunidade.

“Tudo de mobiliário que estava no prédio foi destruído. Já estava tudo pronto. Poderíamos inaugurar hoje ou amanhã, mas estávamos esperando o fim das férias”, contou o coordenador, que afirmou que o projeto não será abandonado.

Internautas manifestaram solidariedade ao Voz das Comunidades nas redes sociais, e René conta que uma campanha para reformar e reequipar o jornal comunitário já começou no Twitter. Oito pessoas trabalham no Voz das Comunidades, que conta ainda com 30 voluntários. O incêndio não destruiu computadores e câmeras, que não estavam no jornal.