Dia de seleção

Clima é de festa em Brasília desde o início da manhã

Torcedores concentraram-se bem cedo em frente ao estádio Mané Garrincha e nos principais pontos turísticos da capital federal

Elza Fiúza/Abr

Família de Pernambuco chamou a atenção dos torcedores perto do Mané Garrincha

Brasília – O clima de festa que já tomava conta do Distrito Federal desde a abertura da Copa do Mundo aumentou nesta segunda-feira (23) em Brasília, sobretudo no Plano Piloto (que compreende a área central da cidade). Desde às 10h, torcedores de todas as partes do mundo circularam pelas imediações do Estádio Nacional Mané Garrincha e pela plataforma em frente à rodoviária. Do lado oposto, um grupo preferiu se concentrar em frente ao hotel onde está hospedada a seleção brasileira, repetindo o roteiro observado ao longo de todo o final de semana – principalmente, famílias com crianças. Muitos jogadores apareceram várias vezes para dar autógrafos, casos do goleiro Júlio César e do zagueiro David Luiz.

Outro movimento foi feito por parte dos que não conseguiram ingressos para o jogo, que se mobilizaram entre amigos, tanto em frente ao estádio como também por meio de avisos nas redes sociais para ver se era possível encontrar, ainda, quem topasse vender o ingresso ou soubesse de alguém que tinha desistido de última hora. E o aumento do valor dos bilhetes irritou muita gente. Na frente do Mané Garrincha, houve quem vendesse por R$ 1,5 mil uma entrada.

“Vejo ‘cidadãos de bem que pagam seus impostos vendendo ingressos pelo dobro, triplo e sêxtuplo do que pagaram e fico perplexa. São médicos, jornalistas, policiais. Gente que reclama da corrupção na política, mas aproveita qualquer oportunidade para tirar vantagem sobre os outros. Eu já vendi ingresso pra show esgotado pra gente desconhecida pelo exato preço que paguei. Isso é o certo. Vender ingresso por valor superior ao de face é crime. A honestidade não é seletiva”, afirmou a jornalista Andrea Vieira, servidora do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O industrial Antônio Aparecido Artioli foi um dos que resolveu tirar a manhã para conhecer melhor Brasília. Artioli é morador da cidade de Socorro, a 120 quilômetros da capital paulista. Contou que já esteve em Brasília no ano passado, para o jogo entre Brasil e Japão, na Copa das Confederações, mas, desta vez, aproveitou para conhecer mais locais. “O estádio fica muito perto do hotel onde estou e não imagino que encontrarei problemas para entrar”, disse ele, que já acompanhou quatro copas, conforme contou. “Estive em copas na Itália, nos Estados Unidos, na França e na Alemanha”.

Do nordeste, chamou a atenção dos torcedores a família da agricultora Maria Aline de Medeiros Alves, da cidade de Pesqueira, no interior de Pernambuco. Eles não tinham ingressos para o jogo e nem vieram a Brasília em razão da Copa, mas, sim, para entregar um carregamento de renda produzido na região de origem. No entanto, o vestido da pequena Gláucia de Medeiros Alves Santos, de 2 anos e 8 meses, estava no clima do Mundial e atraiu todos os olhares na torre de TV, por onde o grupo passeava. “Eu desenhei o modelo e a madrinha dela, que é costureira, fez. Resolvi fazer isso porque gosto muito da época de Copa do Mundo. Vamos ver o jogo da televisão, com amigos que estão nos recebendo”, contou Maria Aline.

Dentre os torcedores de outros países, destacaram-se os irmãos bolivianos Nataly e Lenin Osinaga, de 20 e 37 anos, que chegaram ao estádio às 11h30, acompanhados de parentes e amigos. Além da partida de hoje, o grupo assistirá ao jogo entre Portugal e Gana na quinta-feira (26). “Hoje vamos torcer para o Brasil. Na quinta-feira, para Portugal”, contou Nataly, que é estudante de engenharia civil. Segundo Lenin, é a primeira vez que eles visitam o Brasil. “O que mais estamos gostando são as pessoas. São muito legais”, disse.

Com informações da Agência Brasil

Leia também

Últimas notícias