PSDB entre bater e se aproximar do PSB

A campanha eleitoral 2012 ainda nem bem começou. No entanto, nos bastidores, o PSDB age como sempre. Não bate no adversário, mas manda bater. Em 2010, o então candidato à […]

A campanha eleitoral 2012 ainda nem bem começou. No entanto, nos bastidores, o PSDB age como sempre. Não bate no adversário, mas manda bater. Em 2010, o então candidato à Presidência, José Serra, disse: “Candidato a presidente não é chefe da oposição”. Ele delegava ao PSDB a tarefa de criticar o governo Lula para se guardar ao que ele considerava o confronto real, com a candidata Dilma Rousseff, mais adiante.

Agora a história se repete. No PSB, quem manda é Eduardo Campos, governador de Pernambuco, que sonha em ser presidente. Presidente do partido, coube a ele a indicação de Fernando Bezerra Coelho à Esplanada, na qual ocupa o Ministério da Integração Nacional. A escolha do ex-prefeito de Petrolina (PE) inclui outro plano, o de lançar Bezerra à prefeitura de Recife – para onde transferiu seu domicílio eleitoral.

De olho nas eleições de 2014, a ala tucana ligada ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB) não quer  bater no PSB. Segundo nota publicada no jornal Correio Braziliense, o PSDB avisou o DEM que não será  mais “protagonista” no cerco ao ministro Bezerra. Em nome de Aécio, orientou o aliado a seguir batendo sozinho no auxiliar da presidente Dilma Rousseff.

Como lembra análise publicada na Folha de S.Paulo, o PSB é ascendente no Congresso Nacional e uma das principais forças políticas do Nordeste. Parceiro do PT no cenário nacional nas duas últimas eleições, também é aliado em diversas corridas locais. Mas não se afasta completamente do PSDB. Aécio mantém laços de amizade com Campos, e há quem cogite a possibilidade de eles comporem uma dobradinha em uma eventual candidatura encabeçada pelo tucano na próxima campanha presidencial. Por isso, o mineiro não quer se indispor.

Enquanto parte dos tucanos deixou claro que uma ofensiva para desestabilizar Bezerra não interessa a Aécio, o DEM tem mais vontade de ver sangue. Depois de ver sete ministros caírem no primeiro ano do governo Dilma, o partido de oposição considera que assistir à derrubada de um oitavo nome seria lucro.

Há ainda uma outra personagem próxima a Campos, o presidente do PSDB e deputado federal Sérgio Guerra (PE).

Aliado ao recesso parlamentar, o cenário levou tucanos a preferir assistir ao crescimento das divergências entre PSB e PT na base aliada do que agir para queimar o combalido filme do ministro.

Eis a missão definida para 2012: dividir e, se possível, dinamitar a relação de Dilma com os partidos que lhe dão sustentação. O objetivo é, ao mesmo tempo, criar problemas para a presidenta no Congresso e, depois, atrair os insatisfeitos para a esfera de influência de Aécio.