Dificilmente quem mora há alguns anos em São Paulo conhece o já tradicional cinema da rua Augusta como Espaço Itaú de Cinema, uma vez que ele durou por mais tempo como Espaço Unibanco de Cinema – um dos poucos casos de sucesso de salas de exibição fora dos shoppings centers da capital paulista. Não importa. O fato é que o espaço, que rapidamente se popularizou a ponto de ganhar mais duas salas do outro lado da rua, está completando 20 anos de funcionamento – foi inaugurado em 6 de outubro de 1993 – e comemorará a data entre 6 e 13 de setembro, com 23 filmes nacionais.

O destaque fica por conta da exibição da cópia restaurada do cultuado documentário “Cabra Marcado para Morrer”, lançado pelo diretor Eduardo Coutinho, em 1984. O filme, que começou a ser realizado e foi interrompido em 1964, em função do regime militar, mostra a vida do líder camponês João Pedro Teixeira, que foi assassinado na Paraíba em 1962.

Outro título emblemático é o longa-metragem de ficção “Alma Corsária”, dirigido por Carlos Reichenbach e foi um dos primeiros a ser exibido numa das três salas de exibição inaugurais e marcou o que ficou conhecido como “cinema da retomada”. Conta a história de dois velhos amigos e poetas que se reencontram no lançamento de um livro.

A abertura da “Mostra Espaço Ano 20” será na quarta-feira, com a exibição de dois filmes ainda inéditos no circuito comercial: “Cara ou Coroa”, de Ugo Giorgetti, com entrada franca; e “Augustas”, que marca a estreia de Francisco Cesar Filho como diretor e foi destaque de uma reportagem da “Revista do Brasil”. Essa sessão será exclusiva para convidados.

Os outros filmes são “Lamarca” (1994), de Sérgio Rezende; “Carlota Joaquina” (1995), de Carla Camurati; “Terra Estrangeira” (1995), de Walter Salles; “Baile Perfumado” (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira; “Os Matadores” (1997), de Beto Brant; “Bicho de Sete Cabeças” (2000), de Laís Bodansky; “Cidade de Deus” (2001), de Fernando Meirelles e Kátia Lund; “Janela da Alma” (2001), de João Jardim e Walter Carvalho; “Madame Satã” (2001), de Karim Aïnouz; “Amarelo Manga” (2003), de Claudio Assis; “O Cheiro do Ralo” (2004), de Heitor Dhalia; “Santiago” (2006), de João Moreira Salles; e “O Palhaço” (2011), de Selton Mello.

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