Kleber Albuquerque conquista com álbum romântico

’10 coisas que eu podia dizer no lugar de eu te amo’, sétimo álbum de Kleber Albuquerque (Foto: Divulgação Vivi Correa) O novo álbum do cantor e compositor paulista Kleber […]

’10 coisas que eu podia dizer no lugar de eu te amo’, sétimo álbum de Kleber Albuquerque (Foto: Divulgação Vivi Correa)

O novo álbum do cantor e compositor paulista Kleber Albuquerque, natural de Santo André, chama atenção pelo título – ’10 coisas que eu podia dizer no lugar de eu te amo’, também pelo projeto gráfico realizado pelo próprio artista e por Vivi Correa e pela delicadeza das 14 canções. “Sou poeta / Que sabe que a morte é certa / E ainda canta / Sou criança / Que sabe que a vida é dança / Enquanto dança / Sou artista / Operário / Operando o maquinário / Deste trem / De ilusões / São só canções / São só canções / Não valem nada / Eu sei”, traça uma espécie de lema de vida na canção Maquinário, uma das melhores do trabalho.

O sétimo álbum da carreira de kleber começa com o reggae Brincadeira de Amor, que retrata uma história de amor em Salvador, citando artistas como Gerônimo e Olodum; e com a atualíssima na temática, mas tradicional na musicalidade Procura no Google, o que provoca um efeito interessante.

A balada riponga All Star (Single Soul), parceria de Kleber Albuquerque e Lúcia Santos, é uma joia rara: “Sigo na captura / Sem estação / Sigo repetindo mantras / Pela noite escura / Eu sou / Malas prontas pra viagem / Eu vou / Minha bagagem tanta / Não serve de lição / Nem cabe / Numa única ilusão / Básica / Sigo single soul”. Vale destacar a guitarra e os violões de Rovilson Pascoal, o baixo de André Bedurê, o piano e o mellotron de Ricardo Prado, e a bateria de Mauricio Talaia Rossanese. Também doce é Vazante, com participação de Elaine Guimarães nos vocais e que é mais um poético retrato da natureza.

O reggae retorna em Canoeiro, que conta com o talentoso sanfoneiro Ricardo Prado: “Moça com flor no cabelo / Moço com ar de doutor / Quem atravessa este rio / Rio chamado amor / Não chega do outro lado / Do jeito que começou / Quem é remador? Quem é remador? / Quem é de remar?”. Prado reaparece na canção Permitido, a qual também traz o ukelele de Rovilson Pascoal, a bateria de Michele Abu e o trombone de William Tocalino. O clima ensolarado também está presente na quente Ela Tem Fogo, que conta com uma ótima dupla de sopros – William Tocalino (trombones) e Sidmar Vieira (trompetes), além da percussionista Michelle Abu e as vocalistas Elaine Guimarães e Anabel Bian, no coro.

A canção que deve chamar mais atenção dos ouvintes é Tevê, parceria de Kleber Albuquerque com Zeca Baleiro, que participa também dos vocais. O cantor e compositor maranhense também recita um trecho da letra do fado Devoluto, criado por Albuquerque e Sérgio Natureza. Mas, sem dúvida, a melhor letra, que faz com que se sinta um prazer cúmplice pela descoberta é Sujeito-Objeto, composta com Gabriel de Almeida Prado: “Ei, Pasquale / Por que o andar dessa menina / Sempre rouba palavras da minha boca? / Ei, Aurélio / Por que o olhar dessa garota / Planta versos na minha cabeça oca? / Michaelis / Então me diga o motivo / De tantos adjetivos / Impulsivos corrosivos vocativos / Transitivos possessivos / Sem ter um porquê / E assim de modo indireto / Ela faz deste sujeito um objeto”.

A crônica romântica é a temática do sambinha Confiança: “Eu conheci uma menina / chamada confiança / que piscou pra mim na esquina / e eu a convidei pra dança / confiança é uma menina moça / tem olhos de louça / e jeito de criança / quando achei que já estava perdida / na esquina da vida / encontrei confiança”. O álbum termina com a dançante Terra do Nunca, composta com Lúcia Santos: “Quero ver o amor de perto / Inventado por Da Vinci / Pintado por Michelangelo / Com certeza matemática / Sem binóculos ou obstáculos / Na terra do meu nunca / Faço a lei e boto a banca / Quem tem um amor é rei / Errado ou certo / Quero ver o amor de perto”.

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