Kassab quer mais prédios na região da Faria Lima

Prefeitura quer autorizar a construção de mais de 400 mil metros quadrados na região da Faria Lima (Foto: Prefeitura de São Paulo) Projeto enviado pelo prefeito Gilberto Kassab à Câmara dos Vereadores […]

Prefeitura quer autorizar a construção de mais de 400 mil metros quadrados na região da Faria Lima (Foto: Prefeitura de São Paulo)

Projeto enviado pelo prefeito Gilberto Kassab à Câmara dos Vereadores de São Paulo prevê a liberação da venda de 500 mil Certificados de Potencial Construtivo (Cepacs) na região Avenida Faria Lima. Isso significa a liberação da construção de mais de 400 mil metros quadrados de construções na área da Operação Urbana Faria Lima. No último leilão de Cepacs na área, realizado em maio de 2010, o valor de cada título foi de R$ 4 mil. Se aprovado, portanto, o leilão renderá aos cofres da Prefeitura pelo menos R$ 2 bilhões. A demanda do mercado imobiliário, no entanto, é grande e o preço de cada Cepac deve ser ainda maior.

A Operação Urbana Faria Lima é dividida em quatro setores.(Pinheiros, Faria Lima, Hélio Pelegrino e Olimpíadas). Os setores Faria Lima e Hélio Pelegrino já estão com seu potencial de construção comercial esgotado. A ideia da Prefeitura é explorar principalmente a área de Pinheiros, aproveitando os investimentos feitos na revitalização do Largo da Batata.

Os resultados da Operação Faria Lima foram bastante generosos com os cofres da Prefeitura até agora. Os setores que lucram com a valorização do mercado imobiliário também, já que construir em áras já valorizadas como Pinheiros dá muito dinheiro. Já os resultados urbanísticos são duvidosos. A população da área, que deveria ter aumentado, na verdade diminuiu. A reforma do Largo da Batata expandiu esse fenômeno para uma região que ainda mantinha características populares.

Isso é um desastre para a cidade. A região é farta em serviços urbanos de todos os tipos. A mudança da população para outros bairros quer dizer que essa infra-estrutura fica subutilizada, enquanto tem que ser construída em outros lugares. Além disso, o local é um deserto de concreto. A falta de áreas verdes piora a qualidade de vida de quem ainda mora e dos que trabalham por lá.

Se houvesse regulação urbana séria na cidade, os Cepacs seria liberados prioritariamente para a construção de moradia. Não apenas moradias de alto padrão, claro, mas também casas para as classes média e baixa. Mas como esse controle não existe, o mais provável é que, se aprovado, o leilão sirva para pregar mais alguns espigões cheios de escritórios na região.