Diário, a comunomídia examina meu lixo, me espiona, fuça minhas contas, mas não consegue ver tudo. Tem coisa que fica escondida e eles nem sabem que acontece.

Por exemplo, não deu em nenhum jornal da imprensa vermelha (quando ela era só marrom, tudo bem) que o Ricardo Salles foi julgado esses dias. Pelo quê? Olha aí, nem você sabe, Diário.

É que o Ricardão acabou com a Comissão de Ética do Ministério do Meio Ambiente, porque ela estava atrapalhando umas coisas dele lá.

Ele deixou a Comissão de Ética só com dois suplentes, e ela precisava de três titulares e três suplentes para funcionar. Foi uma jogada de mestre. É como se um técnico de futebol só botasse uns cinco jogadores em campo pra perder por W.O.

Nessa terça-feira, ele provavelmente ia se ferrar bonito. Mas aí, o ministro Augusto Nardes pediu vista ao processo e o Salles ganhou mais 60 dias. Assim o Salles deve se safar, pelo menos, até a eleição.

E sabe quem é esse Augusto Nardes, Diário? Não. Pô, você também não sabe de nada!

O Augusto Nardes foi político pela Arena, pelo PDS e pelo PP. Só partido do bem. E deixou de ser deputado pra ser ministro do Tribunal de Contas.

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Em 2005, a Veja, aquela comurrevista, publicou uma matéria contando que o Nardes estava sendo processado por peculato. E a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, aqueles comunojornais, disseram que a Operação Zelotes apurou indícios de envolvimento do Nardes no esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Mas não deu em nada, é claro. E ele continuou no TCU.

Aí, em 2015, o Nardes foi relator da análise que rejeitou as contas da Dilma. Então veio o impitimem, o Temer, o Moro, o Lula na cadeia e, no fim das contas, eu!

Diário, a política é que nem aqueles estádios em que parte do campo fica no sol e parte fica na sombra. E na sombra a gente sua menos e joga melhor.

#diariodobolso

PS: Ah, Diário, e embora o Salles seja ex-ministro há mais de um ano, foi representado um advogado da União. Tamo junto, pô!