CUT comemora aprovação de Conselho Federal de Jornalistas

Sindicatos comemoram conquista de bandeira histórica, mas ainda lutam pelo 'direito de antena'

Rosane Bertotti: em sociedade de classe, há divergências entre trabalhadores e empresários (Foto: Anselmo Massad/Rede Brasil Atual)

A aprovação com mais de 80% dos votos da proposta de criação do Conselho Federal de Jornalistas – ou Conselho Nacional de Comunicação – é o principal avanço apontado pela secretária Nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti. Ela aponta como maior desafio a garantia de direito de antena para sindicatos e movimentos sociais, tema que deve ser votado na plenária.

“(O conselho é) uma das reivindicações históricas nossas, é um dos grandes avanços da conferência”, decreta. A proposta de criação da autarquia foi apresentada em 2004 pelo Executivo para ser votada no Congresso, mas foi barrada pela reação das grandes empresas de comunicação.

A secretária-geral da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, declarou à Agência Brasil antecipa a resposta à eventual retomada das críticas. “(A medida) nada tem a ver com censura”, sustenta. “É importante enfatizar que se trata de um conselho de regulamentação da profissão, que aborda tanto a ética como os critérios de acesso à profissão”, ressalta.

Rosane Bertotti aponta que o principal item a se buscar na plenária final é a garantia do “direito de antena”, quer dizer, a possibilidade de movimentos sociais e sindicais obterem concessões de radiodifusão. “É um ponto sensível que vamos construir na plenária final”, aposta.

Sobre o clima dos grupos de trabalho, a secretária de comunicação da CUT ressaltou a diversidade da Conferência e também a capacidade de articulação e negociação. “Muitas propostas polêmicas foram articuladas, construídas de forma mais coletiva e acabaram passando com mais de 80% (de apoio), levando menos temas para a plenária. Foi um grande avanço”, comemora.

Isso não quer dizer que não haja divergências. “Somos uma sociedade de classe, aqui temos governo, empresário e trabalhador e nem sempre empresários e trabalhadores estão do mesmo lado”, afirma.