Paulo Vannuchi

Para ser mantida, democracia requer constante vigilância

CC / wikimedia São Paulo – O analista e comentarista político Paulo Vannuchi, da Rádio Brasil Atual, considera que o ato público “Unidos, Jamais Vencidos”, que será realizado na tarde […]

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São Paulo – O analista e comentarista político Paulo Vannuchi, da Rádio Brasil Atual, considera que o ato público “Unidos, Jamais Vencidos”, que será realizado na tarde deste sábado (1º), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em homenagem a sindicalistas perseguidos durante o período da ditadura no Brasil, será importante por marcar o início das manifestações para lembrar os 50 anos do golpe de 1964, que durante o ano lembrarão que é preciso manter a sociedade alerta para as constantes ameaças à democracia.

Vannuchi, em sua coluna de sexta-feira (31), lembrou a ditadura instaurada a partir do levante militar que derrubou o então o presidente João Goulart, e marcou profundamente o país, produzindo o Brasil da violência que existe ainda hoje. “Quando ocorrem episódios recentes, como este da polícia (civil de São Paulo), que ataca as vítimas do crack na chamada ‘cracolândia’, ou (quando a polícia militar) usa desproporcionalmente a força no enfrentamento de uma manifestação popular, nós temos claro que isso tudo é herança de um período de 21 anos em que o poder ditatorial se disseminou em todas as estruturas do Estado, criando atitudes prepotentes, de espionagem, censura, prisões, mortes e desaparecimentos.”

O analista disse ainda que o ato deste sábado está sendo organizado pela grupo Trabalhadores e Sindicatos da Comissão Nacional da Verdade (que transmitirá o evento ao vivo em seu site, a partir das 15h), que espera contar com a presença do ex-presidente Lula – que passará por exames médicos pela manhã e pode ser aconselhado a não participar da cerimônia.

Anistia

Segundo Vannuchi, que também compõe a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, é grande a expectativa internacional do setor em relação ao Brasil alterar sua Lei de Anistia, elaborada por representantes ou egressos do próprio regime autoritário que legitimou a tortura como política de Estado. ” Os assassinos, os torturadores, não têm legitimidade para aprovar uma lei que impeça a apuração dos crimes que eles mesmos cometeram.”

Ouça a íntegra da análise de Paulo Vannuchi à Rádio Brasil Atual: