Amelinha encontra Fagner e Zeca Baleiro em show histórico no Sesc Pinheiros

Sem lançar um novo trabalho há praticamente doze anos, a cantora cearense Amelinha pisou no palco do teatro do Sesc Pinheiros na noite deste sábado (2), às 20h, bastante emocionada, […]

Sem lançar um novo trabalho há praticamente doze anos, a cantora cearense Amelinha pisou no palco do teatro do Sesc Pinheiros na noite deste sábado (2), às 20h, bastante emocionada, nervosa e demonstrando que sua voz permanece segura e espetacular. Pisando e rodeada literalmente por flores, e pelos violonistas Dino Barioni e Emiliano Castro, a artista estava muito elegante num vestido preto discreto, tendo por cima um lenço dourado – pena que alguém teve a infeliz ideia de que ela deveria voltar para a segunda metade do show com uma blusa com desenhos de flores, para combinar com o cenário. Interpretou os maiores sucessos da carreira, registrou tudo num CD e DVD a serem lançados em breve e ainda contou com as participações especialíssimas de Raimundo Fagner e Zeca Baleiro. Vale a pena destacar também a primorosa iluminação. Afinal, a variação cromática das luzes ajudou a realçar os climas das músicas e, em muitos momentos, os focos de luz pareciam dançar no palco.

Amelinha começou lembrando Galos, Noites e Quintais, de Belchior; arrancou aplausos entusiasmados e um coro uníssono formado pelas centenas de pessoas que lotavam o teatro com Foi Deus Quem Fez Você, de Luiz Ramalho; e recordou o primeiro sucesso da carreira, “Galope Razante”, de Zé Ramalho. Prestou uma linda homenagem a Luiz Gonzaga, com Légua Tirana, parceria dele com Humberto Teixeira, quando declarou que “a luz de Lua sempre nos iluminará” e terminou com as sempre maravilhosas obras-primas do mesmo Zé Ramalho – Mulher Nova Bonita e Carinhosa, parceria com Otacilio de Souza; e Frevo Mulher, composta especialmente para ela.

Se o denominado Pessoal do Ceará ocupou boa parte da apresentação, não faltaram canções dos artistas das novas gerações. A interpretação de Felicidade, de Marcelo Jeneci e Chico César, por exemplo, foi um dos momentos mais emocionantes do show. Também houve uma homenagem à João Pessoa (PB), com Ponta do Seixas, de Cátia de França. Se Amelinha errou a letra de Sol de Primavera, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, e precisou recorrer à partitura, ela terminou o clássico do Clube da Esquina em grande estilo.

O momento mais aguardado era mesmo a participação de Raimundo Fagner. O prenúncio já havia sido dado com a linda Asa Partida, parceria dele com Abel Silva. Os dois cantaram juntos Flor da Paisagem, de Robertinho do Recife e Fausto Nilo. Em seguida, o cantor e compositor cearense ficou sozinho no palco e levou a plateia ao êxtase com sucessos como Años, versão dele para canção do cubano Pablo Milanés; Noturno; e Borbulhas de Amor, de Juan Luis Guerra. Em seguida, Amelinha retornou ao palco e, junto com ela, foi convocado, para surpresa de todos, o maranhense Zeca Baleiro, e os três cantaram, entre outras, o clássico Canteiros. No bis, Fagner e Amelinha interpretaram a mais calma, mas igualmente linda, Depende, parceria dele com Abel Silva. Era, portanto, a confirmação definitiva de que uma página importante da história da música brasileira estava sendo escrita ali, ao vivo, e terá continuidade na noite deste domingo (3), com Toquinho.

Serviço
Show Janelas do Brasil, com Amelinha.
Domingo (3/3), às 18h
Ingressos – R$8 a R$32
Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195. Pinheiros. São Paulo/SP
T: (11) 3095-9400

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