São Paulo – Entidades da sociedade civil lançarão amanhã (16), às 10h, o documento “Agenda socioambiental: avaliação dos avanços e obstáculos pós Rio 92”. A atividade ocorrerá no Rio de Janeiro, na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Na ocasião, entregarão também um relatório menor, síntese do documento, chamado “Brasil na contramão do desenvolvimento sustentável: o desmonte da agenda socioambiental”.

Segundo Basileu Margarido, ex-presidente do Ibama e integrante do Instituto Democracia e Sustentabilidade, o documento mostra que o país enfrenta um processo descontinuado de preservação ambiental e que a situação deve piorar com o novo Código Florestal. “No último um ano e meio, temos um processo de retrocesso importante de ser observado e, certamente, vamos ter uma legislação pior do que nós tínhamos”, disse Margarido. 

Na ocasião, será também lançada uma rede de articulação das entidades. “Isso não será um momento que ocorrerá apenas agora, estabeleceremos um processo contínuo de avaliação da agenda socioambiental”, afirmou.  

De acordo com Margarido são muitos os desafios futuros. “No Brasil e em todo mundo é preciso diminuir sensivelmente a emissão de gases de efeito estufa porque emitimos cerca de 10 milhões de toneladas por ano desse gás. Precisamos reduzir até 2050, cerca de 80%”, disse.

O ambientalista também afirma que é preciso reduzir também a perda de biodiversidade. “Os estudos científicos nos dizem que hoje, perdemos cem mil vezes mais de diversidade do que perdíamos há cem anos”, afirmou Margarido. Para ele, o comprometimento deve ser de todos: governos, empresas e sociedade consumidora. 

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