Começa amanhã

Ministros Marina Silva e Mauro Vieira antecipam detalhes da Cúpula da Amazônia

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que sairá da Cúpula da Amazônia um amplo tratado de cooperação internacional

Divulgação/TV Brasil
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Floresta Amazônica, que teve o melhor nível de desmatamento desde 2018, segundo dados do Inpe divulgados nesta sexta (5)

São Paulo – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, estão reunidos em Belém com ministros-membros da organização do Tratado de Cooperação Amazônica. O tratado inclui Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Brasil. Os países discutem oficialmente temas relevantes para a região a partir de amanhã (8), dia de abertura da Cúpula da Amazônia. Do encontro, sairá a Declaração de Belém, com diretrizes de cooperação local. Contudo, desde sexta-feira, autoridades estão ao lado de movimentos sociais para uma série de encontros intitulado Diálogos Amazônicos.

Segundo o ministro, em coletiva concedida hoje, durante a Cúpula também estarão presentes três países com extensas florestas tropicais na África e Ásia: República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia. Além disso, Alemanha e Noruega, importantes contribuidores para o Fundo Amazônia, e França, devido à Guiana Francesa, foram convidados para participar.

“Todos esses países fazem parte de um bioma tão importante e são os que devem liderar, portanto, as iniciativas para cuidar da região. Estamos falando de um bioma estratégico para o planeta, onde vivem quase 50 milhões de pessoas desses oito países. É uma região que exige um compromisso forte e de coordenação estreita dos países”, disse Vieira.

Declaração de Belém

O ministro disse esperar resultados concretos com planos de ações para desenvolvimento local. “Como resultado dessa cúpula, teremos a Declaração de Belém, que foi negociada por esses oito países num tempo recorde, pouco mais de um mês. Essa declaração, a ser aprovada pelos presidentes no dia de amanhã, dá instruções para que os ministros do Exterior e as autoridades de nível ministerial instruam a organização do Tratado de Cooperação Amazônica das novas tarefas e novas metas enumeradas”, disse.

Proteção, floresta e comunidade

Durante a coletiva, Marina Silva destacou que a Cúpula da Amazônia foi planejada em dois trilhos: um envolvendo o segmento governamental e outro a sociedade civil. Ela enfatizou a importância de não mais permitir que os governos tomem decisões unilaterais para as pessoas, empresas e sociedade, mas sim trabalhar em conjunto com as pessoas.

“Esse acordo de cooperação tem 45 anos. Nesses 45 anos, muitas coisas mudaram. Algumas para melhor, mas temos, infelizmente, que dizer que muitas para pior”, destacou. “Temos uma realidade que se agravou porque sabemos que a natureza já está no vermelho em mais de 30% da sua capacidade de suporte. Sabemos que as nossas ações desequilibraram muitos processos, não apenas políticos, econômicos e sociais, mas sobretudo, as regularidades ambientais e cósmicas”, disse Marina.

Por fim, a ministra reforçou a necessidade urgente de preservação dos biomas e dos povos da floresta. “Chegamos a essa cúpula com uma clareza. A primeira é que a Amazônia está drasticamente ameaçada. A segunda é que não podemos permitir que ela entre em ponto de não retorno. E a terceira é que é impossível reverter esse processo trabalhando de forma isolada. Então, vamos trabalhar de forma conjunta”, disse. “É preciso fazer políticas públicas para a Amazônia com base em evidência. Não é o momento de a gente ter atitudes erráticas e qualquer atitude que não considere o que a ciência está dizendo pode cometer erros que são irreversíveis e com grande prejuízo.”

Com informações da Agência Brasil


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