NA ONU

Brasil amplia meta para reduzir gases de efeito estufa

“O Brasil, que já tinha uma das metas climáticas mais ambiciosas do mundo, decidiu ir além”, disse a ministra Marina Silva, transmitindo mensagem do presidente Lula

UN Photo/Mark Garten
UN Photo/Mark Garten
"Brasil quer ser um grande exportador de sustentabilidade", disse a ministra, ao anunciar meta de redução de gases

São Paulo – O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (20), em Nova York, a ampliação de sua meta de redução de emissão de gases de efeito estufa. Na abertura da Cúpula da Ambição Climática, evento que integra a programação da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, leu uma carta em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que destaca o compromisso ambicioso.

Assim o governo atualizou de 37% para 48% sua meta de redução de emissões até 2025, e de 50% para 53% até 2030, com base nos índices de 2005. E se soma ao compromisso de Lula de zerar o desmatamento na Amazônia até o final da década.

“Não basta zerar o desmatamento para resolver a questão da mudança do clima. O mundo requer uma transição energética mais ampla. O Brasil, que já tinha uma das metas climáticas mais ambiciosas do mundo, decidiu ir além. Tenho a satisfação de anunciar hoje que vamos atualizar nossa contribuição nacionalmente determinada no âmbito do Acordo de Paris. Vamos retomar o nível de ambição que apresentamos originalmente na COP21 e que tinha sido alterado no governo anterior”, disse Marina.

Do mesmo modo, transmitindo o recado do presidente, ela ressaltou que “apesar de nossas responsabilidades históricas serem incomparavelmente menores que as dos países ricos”, o país trabalha para transformar em realidade as metas ambiciosas. “O Brasil quer ser um grande exportador de sustentabilidade”, destacou Marina.

Agenda cheia

Lula pretendia participar da cúpula do clima, mas acabou cancelando em meio a uma agenda cheia. Ele se reuniu hoje com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quando ambos lançaram uma parceria por trabalho digno e fortalecimento dos sindicatos. Além disso, teve outra bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky.

Ontem na abertura da assembleia geral da ONU, a defesa do meio ambiente foi um dos eixos do discurso do presidente Lula. Ele destacou que nos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%, com aumento das ações de fiscalização e combate dos crimes ambientais.

Ele afirmou que os países ricos cresceram com base em um modelo altamente poluente. Por outro lado, lado, ressaltou que são as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima. E clamou por uma “urgente” correção de rumos. “No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”.