Identificação de conteúdo transgênico deve ser motivo de pressão sobre supermercados, sugere Stédile

Stédile, do MST: se comerciante não agir, uma alternativa é recorrer a órgão de defesa do consumidor (Foto: Reprodução) São Paulo – Protestos e pressão sobre gerentes de supermercado são […]

Stédile, do MST: se comerciante não agir, uma alternativa é recorrer a órgão de defesa do consumidor (Foto: Reprodução)

São Paulo – Protestos e pressão sobre gerentes de supermercado são formas de aprofundar a luta por identificação de produtos que contenham sementes transgênicas em sua composição. A tese é de João Pedro Stédile, membro da coordenação nacional do Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que na noite da terça-feira (17) fez uma palestra sobre organismos transgênicos, na sede do Sindicato dos Bancários, na capital paulista.

Para o ativista, vale até chamar a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Tem que exigir a rotulagem, porque é lei, mas desrespeitada”, sustenta. “Se tiver produto não rotulado, tem que cobrar o gerente do supermercado. Se precisar, chama a imprensa, o Samu, qualquer coisa para chamar a atenção”, divertiu-se. “Se perguntarem quem vai ficar doente, pode responder que isso vai acontecer em breve com tanto transgênico. Ou então ameace dar um tapa no gerente da loja”, brincou.

“Brigue com o gerente, porque é o primeiro que está na frente”, explicou. “Para que ele (gerente) leve a reclamação adiante até chegar na Bunge (gigante do setor de alimentos).” Em casos em que não seja suficiente, ele sugeriu a denúncia ao Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), ao MInistério Público Federal e a outros órgãos públicos. As declarações foram feitas na noite desta terça-feira (17) em São Paulo. Ele participou de debate na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Ele lembrou que a exigência de que os rótulos de produtos que usem alimentos geneticamente modificados em sua composição contenham o alerta (um triângulo amarelo com uma letra “T” escrita em preto). “Foi um avanço, e faço um reconhecimento público ao ministro (da Justiça) Márcio Thomaz Bastos”, admitiu.

A medida, tomada em dezembro de 2003, primeiro ano do mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Stédile não perdoa outra medida adotada oito meses antes, em março daquele ano. “Lula, num dos maiores erros de sua gestão, aceitou as ameaças de que, se não legalizassem os transgênicos, o Rio Grande do Sul iria quebrar, e editou medida provisória liberando o cultivo da soja da Monsanto”, critica.

Confira a palestra de Stédile sobre transgênicos clicando aqui.