Repercussão: Brasil se compromete a reduzir emissões em até 38,9%
São Paulo – O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira o compromisso de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa estimadas para 2020 em até 38,9%, e levará essa […]
Publicado 13/11/2009 - 19h28
São Paulo – O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira o compromisso de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa estimadas para 2020 em até 38,9%, e levará essa oferta à reunião mundial da ONU sobre clima em Copenhague, no mês que vem.
Veja abaixo alguns comentários de ambientalistas e especialistas sobre ao anúncio desta sexta (13).
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João Talocchi, coordenador da campanha para o clima do Greenpeace Brasil
“É muito positivo. Finalmente o Brasil está adotando uma meta. Há dois anos era um crime falar em metas de emissões no Brasil. Agora é necessário que isso se torne uma obrigação legal, não uma meta voluntária.
Pode ter uma grande influência sobre outros países. Os EUA pediram que o Brasil fizesse mais e ele (o Brasil) fez, agora Washington está sob os holofotes. (Os EUA) precisam ir à mesa de negociações em Copenhague com uma proposta agressiva”.
Carlos Nobre, pesquisador especialista em mudanças climáticas, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
“Se nós viabilizarmos isso, é um grande passo. Pode ajudar a quebrar o gelo nas negociações. Isso vai dar ao Brasil um protagonismo (na reunião de Copenhague). Acho que o Brasil fez um gol, mas para que a partida seja ganha, é precisa a ajuda dos outros países.
Os países desenvolvidos têm um quinto da população mundial e emitiram dois terços (dos gases-estufa)… Não teria sentido, em 2009, os países em desenvolvimento se obrigarem a reduzir emissões.”
Paulo Moutinho, Pesquisasador e especialista em mudanças climáticas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam)
“Esse anúncio, somado a três coisas importantes –Fundo Amazônia, meta de redução de 80% do desmatamento da Amazônia e o menor desmatamento da Amazônia em 21 anos– coloca o Brasil como único país a ter condições de mudar o rumo das negociações em Copenhague.
O que nós precisamos garantir é que essas reduções continuem consistentes… Precisamos avaliar o apoio que tem sido dado pelo governo a essa bancada ruralista, que tem buscado destruir a legislação ambiental brasileira, se não voltaremos a ter desmatamento.”
Rubens Born, diretor-executivo do Grupo Ambientalisya Vitaecivilis
“É um número que mostra a disposição do Brasil. É muito positivo, é importante para a sociedade brasileiro, para que o mundo saiba.
“É o suficiente? Não. Não deve haver nenhum desmatamento. Precisa haver mais investimentos em energias alternativas. Há muito mais coisas que o Brasil poderia estar fazendo.”
Fonte: Reuters