Exército pede que presidente adote ‘medidas urgentes’ para estabilizar Ucrânia
Forças Armadas, comandadas por Yanukovich, afirmaram que a crise política é 'inadmissível' e ameaça a integridade territorial do Estado
Publicado 31/01/2014 - 14h54
São Paulo – As Forças Armadas da Ucrânia pediram hoje (31) que o presidente e comandante do Exército, Viktor Yanukovich, adote “medidas urgentes” para estabilizar o país. Os protestos de opositores na capital Kiev já duram dois meses e foram responsáveis pelarenúncia do primeiro-ministro, Nikolai Azarov, na última terça-feira (28).
“Os militares e funcionários das Forças Armadas da Ucrânia qualificaram de inadmissível a tomada pela força das instituições estatais e os impedimentos postos aos representantes dos órgãos de poder para cumprir suas obrigações”, disse um comunicado do Ministério da Defesa dirigido ao presidente, que, pelas leis do país, também é o comandante supremo das Forças Armadas.
Os militares afirmaram que “a escalada do confronto ameaça a integridade territorial do Estado”.
Ontem, em meio à crise, o presidente Yanukovich tirou uma licença médica devido a um diagnóstico de doença respirtória aguda e febre alta.
Nesta semana, o Parlamento da Ucrânia aprovou uma lei de anistia restrita para os participantes dos distúrbios em Kiev e outras cidades. Entretanto, a medida não foi aceita pela oposição, pois para entrar em vigor a medida exige, de antemão, a desocupação dos edifícios públicos ocupado pelos manifestantes.
Panorama
Desde novembro, a Ucrânia tem vivido uma onda de protestos depois que o governo Yanukovich se recusou a assinar um acordo com a União Europeia. Desde então, milhares de pessoas saem às ruas diariamente para criticar — e também apoiar, principalmente no começo dos protestos — a decisão do presidente. Yanukovich argumenta que o acordo proposto pelo bloco europeu criaria dificuldades para a parcela mais pobre da população de seu país.
Para tentar conter a crise, a Ucrânia assinou um acordo comercial com a Rússia em que Moscou autoriza o envio de US$ 15 bilhões (R$ 35 bilhões) à Ucrânia. A proximidade ou não do vizinho russo também é um elemento importante para a oposição ucraniana pró-UE e os manifestantes que tomaram as ruas de Kiev.
No dia 23 de janeiro, as partes alcançaram uma trégua e iniciaram negociações, nas quais a oposição conseguiu praticamente todos seus objetivos, com exceção da convocação de eleições presidenciais e parlamentares antecipadas.