São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizou hoje (10) o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em abril, com a maior alta mensal em um ano. “Nós tivemos uma elevação em relação a março, mas inferior ao mesmo período de 2011”, comentou.

A elevação em 15% no preço do cigarro foi o que puxou para cima a inflação, assim como o aumento do feijão e o reajuste dos salários dos empregados domésticos. “Porém, nada preocupante, porque a inflação vai continuar com uma trajetória de queda”, garantiu.

Para Guido Mantega, a preocupação agora é com o cenário internacional, principalmente com a situação dos países europeus, que se deparam com o agravamento da crise. Desde o início da semana os mercados estão instáveis após os resultados das eleições na França e na Grécia, que parecem ter gerado incertezas na Zona do Euro.

“Está demonstrado que não dá certo só fazer ajuste fiscal, cortar gastos e salários e demitir funcionários. Os países europeus se deparam com essa dura realidade, que já derrubou vários presidentes e primeiros ministros”, comentou Mantega, que disse, ainda, ser necessário que a Zona do Euro reveja a estratégia para sair da crise.

Guido Mantega ressaltou também que o novo presidente da França, François Hollande, assume uma postura correta ao afirmar que não basta fazer ajuste fiscal e reduzir despesas: é preciso também dar estímulos à economia. “Essa é a posição que nós temos defendido há algum tempo”, completou.

PIB

Questionado sobre a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer abaixo de 3% em 2012, o ministro afirmou: “É claro que o Brasil sofre com o que acontece lá fora, principalmente a indústria. Porém, temos as condições para um crescimento maior porque dependemos do nosso mercado interno.”

Na avaliação de Mantega, o câmbio atual vai ajudar a indústria nacional, pois irá dificultar a entrada de produtos importados. O ministro destacou ainda que o maior problema está no crédito. “Há uma escassez de crédito e as taxas estão elevadas, mas vejo que existe uma boa vontade por parte do setor financeiro para remediar essa situação.”

Com informações da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda