Ao menos 4 brasileiros morrem em terremoto no Haiti
Número pode aumentar. Todos eram soldados da força de paz naquele país
Publicado 13/01/2010 - 09h08
O forte terremoto que atingiu o Haiti na última terça-feira (12) matou ao menos quatro militares brasileiros que servem na força de paz da ONU no país caribenho, informou o Exército nesta quarta-feira.
O Exército confirmou em nota a morte do primeiro-tenente Bruno Ribeiro Mário, do segundo-sargento Davi Ramos de Lima, do soldado Antônio José Anacleto e do soldado Tiago Anaya Detimermani – todos do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena (SP).
>>Lula se diz consternado e transmite pesar às vítimas do Haiti
>> Militares brasileiros mortos na tragédia sobem para 11
>> Aviões com 28 toneladas de alimento e água serão enviados ao Haiti
>> Terremoto mata Zilda Arns, diz líder do governo
>> Jobim segue para o Haiti e Brasil vai doar US$ 10 milhões para o país vizinho
De acordo com o general de brigada Carlos Alberto Barcellos, chefe do Centro de Comunicação do Exército, os quatro militares brasileiros estavam fora da base no momento do terremoto. Segundo ele, a base da força de paz brasileira não foi atingida pelos tremores.
Segundo as agências, o comunicado do Exército acrescenta que cinco outros militares brasileiros ficaram feridos após o terremoto. O tenente-coronel Alexandre José Santos, o capitão Renan Rodrigues de Oliveira e o terceiro-sargento Danilo do Nascimento de Oliveira tiveram escoriações, o cabo Eugênio Pesaresi Neto teve fratura do úmero e do fêmur e o soldado Wellington Soares Magalhães sofreu fratura no nariz e na clavícula.
O general Carlos Alberto Neiva Barcellos, chefe do setor de comunicação social do Exército, declarou a jornalistas que há um grande número de soldados brasileiros ainda desaparecidos.
O Brasil, que lidera as tropas de paz da ONU no Haiti, participa com 1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas, sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro. Grande parte deste contingente passou a madrugada resgatando companheiros soterrados em desabamentos de edificações após o terremoto de 7 graus na escala Richter.
Uma das instalações da missão, denominada Ponto Forte 22, – um sobrado de três andares – desabou completamente. Os militares atuam em várias áreas, de segurança à engenharia e atendimento de saúde.
Esforço internacional
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, montou um gabinete de crise para analisar a situação no Haiti. A primeira reuniãom realizada na manhã desta quarta (13) tem a coordenação do embaixador Marcus Vinícius Pinta Gama e a presença do embaixador do Brasil em Porto Príncipe (capital haitiana), Ygor Kipman. O objetivo é avaliar as consequências do terremoto, a situação das vítimas e a ajuda que o governo brasileiro pode dar ao país da América Central.
Desde o anúncio da tragédia, a equipe montada pelo ministro das Relações Exteriores trabalhou durante toda a madrugada. Segundo nota do Itamaraty, o governo brasileiro tomou “conhecimento com consternação” do terremoto, ocorrido ontem por volta das 17h (hora local).
Fonte: Reuters e Agência Brasil