PDT libera voto e PMDB promete apoiar mínimo do governo

O vice-presidente da República, Michel Temer durante reunião com a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados (Agência Brasil/Wilson Dias) São Paulo – O PDT decidiu liberar seus deputados para […]

O vice-presidente da República, Michel Temer durante reunião com a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados (Agência Brasil/Wilson Dias)

São Paulo – O PDT decidiu liberar seus deputados para votarem no valor do salário mínimo que considerarem melhor. Reportagens publicadas nos últimos dias sustentam que a legenda vem sofrendo pressões do Palácio do Planalto, que incluiriam o risco de perder espaço no governo. O Palácio do Planalto conseguiu o apoio de todos os partidos aliados em torno de sua proposta. O PMDB, também integrante da base governista, promete votar unido pela proposta de R$ 545, defendida pela equipe econômica.

A votação da política de reajuste do salário mínimo até 2015 e o valor de 545 reais para este ano, que ocorre nesta quarta-feira (16), é o primeiro teste da administração Dilma Rousseff no Congresso. Para o governo, o valor respeita a regra de reajuste pela inflação de 12 meses mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e é o máximo que as contas públicas podem arcar.

Quem garantiu a postura dos peemedebistas foi o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). “O partido está fechado, é provável que se ultrapassem mais de 60 votos do PMDB. Vai ser até uma surpresa”, previu.

Temer ainda afirmou que não acredita que haja uma fragmentação da base governista na votação na Câmara, marcada para hoje à tarde. “Pode ter até um ou outro voto contrário, mas isso não fragmenta. Tenho a convicção de que a maioria vai votar nos R$ 545.”

Rebelde

O PDT manifesta não ter aceitado a pressão do Executivo e do seu presidente licenciado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para votar na proposta do governo. “Há uma posição majoritária de liberação. Ou seja, o partido liberaria a bancada a fim de que cada um deputado votasse em respeito a sua opinião e consciência”, disse o presidente interino do PDT, Manoel Dias.

Questionado sobre como votaria a bancada, o líder dos pedetistas na Câmara, deputado Giovanni Queiros (PDT-PA), disse que não tinha como prever. “É difícil avaliar isso. Há um empate técnico aí.” Na terça, ele afirmara que a legenda estava majoritariamente a favor de um aumento dos R$ 510 de 2010 para R$ 560.

Ele afastou ainda a possibilidade de retaliações contra o PDT ou contra o ministro Lupi. “Nós em nenhum momento identificamos origem de qualquer ameaça. Até porque sob ameaça a bancada votaria unanimemente contra a proposta do governo. Qualquer ameaça de onde viesse e de quem viesse”, disse Queiroz.

Pensar pequeno

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que pensar em elevar o valor do salário mínimo acima dos R$ 545 propostos pelo governo “é pensar pequeno”. Ele entende que a correção pelo projeto do governo “já significa valorização real do mínimo e estabilidade nas regras criadas para o longo prazo”.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil