Sarney aceita indicação para disputar presidência do Senado, com apoio do PT

Sarney diz não ser candidato por pretensões próprias (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado) São Paulo – O senador José Sarney (PMDB-AP) disse na noite de quinta-feira (27) que aceitou a indicação […]

Sarney diz não ser candidato por pretensões próprias (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

São Paulo – O senador José Sarney (PMDB-AP) disse na noite de quinta-feira (27) que aceitou a indicação do seu partido e será candidato a presidente da Casa no biênio 2011/12. A informação foi confirmada pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado. Uma hora antes, em reunião da bancada, o PT confirmou que pretende apoiar o candidato do PMDB, independentemente do nome apontado. Os petistas, porém, criticam a proposta dos aliados para a composição da mesa diretora.

Sarney afirmou, de acordo com a Folha de S.Paulo, que a decisão de tentar a reeleição não veio dele, mas do partido. Segundo o senador, ele nunca apresentou candidatura ao cargo. “Não desejava ser presidente do Senado. Estou fazendo com grande sacrifício, mas apenas porque busquei que encontrassem outra solução e, em face do partido não ter encontrado, comuniquei ontem (quarta-feira 27) que ele podia e tinha concordância para submeter meu nome à bancada”, disse ao jornal.

Sarney cumpre atualmente seu quinto mandato de senador. Ele já ocupou a presidência do Senado em três diferentes períodos: de 1995 a 1997, de 2003 a 2005 e de 2009 até a presente data.

O senador também fez um balanço da legislatura que se encerra, durante a qual houve intensa disputa de poder. “A legislatura passada foi marcada pelo ano da eleição e tínhamos dois terços do Senado. Portanto, o viés de todo debate era político e havia luta pela sobrevivência. Havia eleição presidencial e, portanto, era um momento em que a paixão sobrepunha-se à razão.”

PT insatisfeito

Após quatro horas de reunião, e diante da permanência do impasse em torno das candidaturas à vice-presidência do Senado, a bancada do PT informou que pretende fazer um rodízio no cargo. De acordo com o líder do partido, senador Humberto Costa (PT-PE), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o senador José Pimentel (PT-CE) deverão se revezar, ocupando o cargo por um ano cada.

Apesar de não estar prevista no Regimento Interno do Senado, a manobra será possível com a renúncia do titular, uma nova indicação do partido e uma nova eleição para o cargo. Também haverá rodízio no comando de comissões, como a de Assuntos Econômicos (CAE), exercida por Eduardo Suplicy (PT-SP) e Delcídio Amaral (PT-MS)

Humberto Costa disse ainda que o partido ficou “insatisfeito” com a proposta do PMDB para mudar o critério de proporcionalidade para a escolha, pelos partidos, das comissões que irão presidir. De acordo com a proposta apresentada, o critério para definir o tamanho das bancadas e a proporcionalidade não permitiria mais a formação de blocos e levaria em conta apenas o número de parlamentares de cada partido individualmente. Neste caso, o PMDB seria a maior bancada. Com o critério atual, o bloco formado pelo PT e outros partidos supera o número de parlamentares do PMDB.

“Nem sempre o que é bom para o PMDB significa que seja bom para o PT”, observou Costa. A decisão da bancada foi de rejeitar a proposta do PMDB, mas garantindo que apoiará qualquer candidato peemedebista à presidência do Senado. O senador pernambucano também garantiu que, mesmo que o bloco liderado pelo PT forme a maior bancada, a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) fica com o PMDB.

A posição do PT será levada nesta sexta-feira (28) ao líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL). Para Costa, não há motivo para essa questão gerar uma crise com o PMDB.

Fonte: Agência Senado