Com ritmo menor na economia, país cria 150 mil vagas com carteira em fevereiro

Em 12 meses, saldo é de 1,7 milhão. Ministério do Trabalho admite menor intensidade, mas ressalta que emprego formal mantém trajetória de expansão

São Paulo – O país criou 150.600 empregos com carteira assinada em fevereiro, bem abaixo de igual mês nos dois anos anteriores, mas mantendo trajetória de expansão, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que divulgou hoje (16) os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No primeiro bimestre, o emprego formal cresceu 0,78%, com a abertura de 293.987 postos de trabalho. Em 12 meses, são 1.724.817 vagas a mais, expansão de 4,73%.

De acordo com o ministério, houve no mês passado crescimento em seis dos oito setores pesquisados, com destaque para o de serviços (93.170 empregos com carteira a mais, alta de 0,6%). A maior alta percentual (1,84%) foi da administração pública, que abriu 14.694 vagas formais, no terceiro maior saldo para o mês. Em seguida, a construção civil cresceu 0,95%, com saldo de 27.811 postos de trabalho.

O MTE destacou o resultado da indústria, que, “apesar de ter reduzido o seu dinamismo”, criou 19.609 empregos em fevereiro (alta de 0,24%). Os dois setores que registraram queda foram o comércio (menos 6.645 vagas, queda de 0,08%) e a agricultura (425 postos a menos, redução de 0,03%).

O saldo em 12 meses é resultado de 21.587.088 contratações formais e 19.862.271 demissões. Das mais de 1,7 milhão de vagas, 849.448 foram abertas no setor de serviços, que cresceu 5,77%. Em seguida, vieram o comércio (403.111, alta de 5%) e a construção civil (222.327, crescimento de 8,1%, maior aumento percentual). A administração pública abriu 12.138 vagas (1,52%) e a agricultura, 59.807 (3,95%).

A indústria teve saldo  de 150.852 ocupações formais (expansão de 1,87%), com resultados distintos entre os segmentos. Minerais não metálicos, metalurgia e mecânica abriram vagas, enquanto têxtil/vestuário e calçados fecharam postos de trabalho.

Desta vez não houve coletiva para divulgar os resultados do Caged. Tradicionalmente, os números são anunciados e comentados pelo ministro. Há dois meses, desde a saída de Carlos Lupi, o cargo é ocupado interinamente por Paulo Roberto Pinto. Nos últimos dias, intensificaram-se as conversas para a indicação de um novo nome, mas há divergências entre o governo e o PDT, partido que deve continuar à frente do ministério.