20/01/2012 - 19h29
Por Lúcia Rodrigues, Marilu Cabañas e Terlânia Bruno A Rádio Brasil Atual obteve com exclusividade a íntegra do áudio em que supostamente o general Adhemar da Costa Machado Filho, hoje à frente do Comando Militar Sudeste, afirma que presenciou sexo com menores. Na gravação, o general diz a seu interlocutor, supostamente o sub-tenente do Exército, Davi Reis Vieira de Azevedo, que entrou no apartamento do filho do taifeiro de um general onde estavam “oito marmanjos com quatro meninas menor de idade e seis garrafas de vodca em cima da mesa”. Segundo ele, “tinha uma menina palmilhando o pau de um cara lá. Já caía de boca”. O general demonstra preocupação com a possibilidade de a informação chegar à imprensa e afirma que evitou “um troço extremamente ruim pra família militar”. A gravação da conversa foi feita por Reis, em 28 de dezembro de 2006, no gabinete do próprio general em Brasília, sem que ele soubesse. À época o general era responsável pela 11ª Região Militar do Distrito Federal. O áudio compromete o militar em outros trechos da conversa. No decorrer do diálogo ele ressalta que é contra a instalação de inquéritos para investigar denúncias de corrupção, porque fogem de seu controle. “O inquérito sai das nossas mãos... a hora que eu abro o inquérito, eu deixei de ser dono dele. Ele toma caminhos que a gente não sabe. Por isso, que eu sou contra inquérito.” O comandante afirma sentir saudade dos métodos empregados pela ditadura militar “quando metiam o pé na porta”. Em outro trecho da conversa com Reis, ele agride verbalmente os sargentos do Exército, Laci Marinho de Araújo e Fernando Alcântara Figueiredo, que mantêm uma relação homoafetiva. A Rádio Brasil Atual também obteve com exclusividade à cópia do laudo da perícia da Polícia Federal, que atesta a veracidade da gravação. O laudo, de 16 de março de 2009, foi solicitado pelo major do Exército André Gustavo Pinheiro do Rêgo Barros e é assinado pelos peritos criminais João Paulo Batista Botelho e Paulo Max Gil Innocencio Reis, do Instituto Nacional de Criminalística e traz a transcrição da conversa com duração de uma hora, três minutos e trinta e nove segundos na integra. O interlocutor do general, o sub-tenente Reis também revela que atuava junto ao MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ele era do serviço de inteligência do Exército.