Montadoras

Volks do ABC volta a parar por falta de componentes. Sindicato quer reunião com governador

Metalúrgicos terão 10 dias de férias coletivas, a partir da próxima quarta-feira

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
Assembleia na fábrica, ontem: paradas preocupam

São Paulo – Na volta do carnaval, os trabalhadores na Volkswagen de São Bernardo do Campo terão mais um período de férias coletivas. Desta vez de 10 dias, por falta de componentes (semicondutores). Assim, a produção na fábrica do ABC paulista será interrompida da próxima quarta-feira (22) até 6 de março.

Essas paradas têm sido constantes nos últimos anos, e preocupam os trabalhadores. Ontem (16), o Sindicato dos Metalúrgicos e o Comitê Sindical de Empresa (CSE) realizou assembleia na fábrica para conversar com os funcionários da montadora.

“Temos um acordo fundamental que dá garantia de emprego aos trabalhadores diretos e que conta com uma série de instrumentos, como lay-off e banco de horas”, afirmou o coordenador-geral do comitê, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho. “No entanto, onde temos o maior problema é na cadeia produtiva, pois quem sofre com esse pênalti são as empresas terceiras, que não conseguem sustentar os trabalhadores com tantas paradas”, acrescentou.

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Questão tributária

Além da questão que atormenta todo o setor automobilístico, os metalúrgicos querem discutir temas específicos da Volks. Durante a assembleia, o diretor administrativo do sindicato, Wellington Messias Damasceno, lembrou o que em um mês e meio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tá receveu representantes da categoria em três ocasiões.

“Agora, queremos dialogar com todo mundo, queremos uma agenda também com o governador de São Paulo. A todo momento somos lembrados que as condições de Goiás e de Pernambuco são muito melhores do que São Paulo. Ou que a empresa coloca seus produtos de maior valor no Paraná porque lá tem vantagem tributária. Isso pesa para nós quando vamos fazer a discussão de investimento aqui. Por isso, o diálogo é tão importante, pela manutenção dos empregos e para garantir o futuro da fábrica aqui”, afirmou o dirigente. Ele falou também sobre a importância da correção da tabela do Imposto de Renda, o que não acontecia desde o governo Dilma.

Com informações do jornal Tribuna Metalúrgica