pontapé inicial

Servidores municipais de São Paulo iniciam campanha salarial unificada

Após manifestação em frente à prefeitura, trabalhadores entregam documento que representa cerca de 212 mil servidores da ativa e aposentados

Sindsep

Governo se compromete a apresentar uma resposta dia 25 e finalizar as negociações em 17 de abril

São Paulo – Representantes dos servidores municipais de São Paulo entregaram ontem (18) a pauta que reúne as reivindicações de aproximadamente 212 mil trabalhadores, da ativa e aposentados. Ao todo, são 19 sindicatos que representam funcionários de diferentes segmentos do serviço público, entre os quais saúde, educação, segurança, desenvolvimento urbano, a fim de unificar as políticas salariais dos servidores.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), cerca de 3 mil pessoas participaram de manifestação em frente a sede da prefeitura, na região central. O documento foi recebido pelo coordenador da mesa de negociação, Christy Ganzert Pato, da Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão. O governo se comprometeu a apresentar uma resposta na próxima terça (25), com data limite para concluir as negociações em 17 de abril.

Com data-base em 1º de maio, os servidores municipais têm uma pauta que inclui valorização dos pisos, reajustes nunca abaixo da inflação e com aumento real, alteração da Lei nº 13.303, de 2002, que limita em 40% da receita líquida da prefeitura as despesas com pessoal (eles reivindicam 54%) e fim das terceirizações.

Para o presidente do sindicato, Sérgio Antiqueira, a mudança na lei é um ponto fundamental. “De 2005 a 2011, caíram de 37% para 30% os gastos com servidores. Para nós isso é uma opção política que desmonta o funcionalismo público, mas uma opção equivocada. Concordamos que é necessário reinventar a cidade e o caminho é focar os gastos com serviço público de qualidade, o que inclui a valorização dos trabalhadores.”

A entidade afirma que, nos últimos oito anos, a média de reajuste linear aos salários dos trabalhadores foi de 3,54%. A pauta inclui ainda igualdade de direitos entre trabalhadores da ativa e aposentados. “Quando se cria uma nova carreira, por exemplo, o aposentado não tem acesso, porque foi criado depois que ele se aposentou. Não pode criar gratificação para pagar servidores da ativa e exclui-los”, diz Antiqueira.

Os trabalhadores reúnem-se na próxima quarta-feira (26) e em 1º de abril para avaliar a posição do governo, que também se comprometeu a apresentar proposta aos trabalhadores da saúde amanhã (20), além de dar continuidade às negociações para categorias específicas, como Guarda Civil Metropolitana (GCM), pendentes desde o ano passado.