Polícia volta a barrar assembleia dos grevistas da Johnson & Johnson em São José

Empresa não quer negociar isoladamente reivindicações dos funcionários, em greve por tempo indeterminado

São Paulo – A Polícia Militar voltou a utilizar a Força Tática com os trabalhadores em greve da Johnson & Johnson, em São José dos Campos (SP), na manhã desta quinta-feira (24). Foi feita uma escolta em frente ao acesso da fábrica, impedindo que os trabalhadores entrassem no pátio para a assembleia. Eles seguiram a pé até a empresa. Segundo o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região, a empresa solicitou apoio da polícia na última quarta-feira (23) para impedir que os funcionários se reunissem em assembleia que, mais tarde, decidiria adesão de 100% à paralisação por tempo indeterminado.

Os trabalhadores pedem abono salarial de R$ 1,5 mil, redução da jornada, vale-alimentação, redução do custo do transporte e garantia de 60 minutos de intervalo para refeição. A direção da Johnson & Johnson ainda não recebeu a categoria para negociação.

O sindicato temia que houvesse conflito na entrada dos funcionários do turno da tarde, às 13h30. Porém, segundo o assessor da entidade, Emerson José, não ocorreram problemas semelhantes. “Eles ficaram intimidados com a repercussão da imprensa e recuaram na repressão”, disse.

Por meio de nota divulgada na quarta, a empresa afirma ter acionado a Polícia a fim de “zelar pelo direito constitucional de ir e vir das pessoas que desejam ingressar ao trabalho”. Sobre as negociações, a Johnson garante que não irá discutir a pauta de forma isolada, já que as reivindicações foram debatidas durante as negociações que culminaram na nova convenção coletiva, assinada em 16 de novembro. Porém, o sindicato disse que aguardou a assinatura para iniciar a luta pelas questões específicas da empresa.