retaliação

Metrô de São Paulo demite cinco trabalhadores por paralisação no feriado

Sindicato dos Metroviários denuncia prática antissindical e convoca assembleia nesta quarta. “Governador age de maneira covarde e antidemocrática contra os trabalhadores”

Paulo Pinto/Agência Brasil
Paulo Pinto/Agência Brasil
Para metroviários, demissões são retaliação contra greve unificada do dia 3

São Paulo – O Metrô de São Paulo anunciou, nesta terça-feira (24), a demissão de cinco operadores de trem por causa da paralisação de trabalhadores no feriado de 12 de outubro. Além das demissões, um funcionário foi suspenso por 29 dias. E outros três funcionários que têm estabilidade sindical foram suspensos sem remuneração até que sejam submetidos a inquérito no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que vai apurar se houve falta grave e se eles poderiam ser demitidos. A companhia informou que não descarta novas punições.

Em nota, o Metrô informou que promoveu as demissões “em função de faltas graves durante a paralisação surpresa”. Assim, a companhia alega que a paralisação ocorreu sem aviso prévio, “privando a população de serviço essencial”.

A paralisação ocorreu como reação a uma série de advertências a trabalhadores que participaram da greve unificada contra as privatizações no último dia 3. Como resultado, os trens deixaram de trafegar nas linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata. Além das advertências, o Metrô passou a exigir que os trabalhadores assumissem outras funções que não as originais.

Reação

Sindicato dos Metroviários de São Paulo classificou como “injustas” as demissões “em retaliação à poderosa luta” do dia 3. Nesse sentido, a entidade afirma que os cortes ocorreram sem nenhuma negociação em relação às advertências emitidas contra os trabalhadores.

“Entendemos que essa atitude intempestiva, arbitrária e antissindical é uma tentativa de enfraquecer uma categoria que está na linha de frente da luta contra o projeto do governador de privatizar todos os serviços públicos”, disse o sindicato, em nota.

“Em lugar de punir os responsáveis pelo caos diário nas linhas privadas, onde cai teto na cabeça das pessoas, trem anda com porta aberta, incêndio na Linha 8 e todo tipo de intercorrência que coloca a população em risco, o governador age de maneira covarde e antidemocrática contra os trabalhadores que lutam em defesa do transporte público”, acrescentam os metroviários.

Desse modo, a categoria convocou assembleia para esta quarta-feira (25), às 18h30, na sede do sindicato. O objetivo é “organizar a luta contra as demissões, privatizações e terceirizações”.