São Paulo – Os metalúrgicos do ABC, em estado de greve há cinco dias, reúnem-se em assembleia nesta terça-feira (20), às 18h, em Diadema, para avaliar uma possível nova proposta patronal e podem decretar greve por tempo indeterminado. Mais de 70 mil trabalhadores da categoria, com data-base em 1º de setembro, estão sem acordo salarial.

As propostas salariais dos grupos patronais 2, 3, 8, 10, Fundição e Estamparia foram rejeitadas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reivindica para esta parcela dos trabalhadores reajuste de 10%, abono de R$ 2,5 mil e avanço nas cláusulas sociais, conforme acordo fechado com o grupo das montadoras no final de agosto, que atingiu 35 mil empregados.

O presidente da entidade, Sérgio Nobre, afirma que se a proposta patronal não atingir esse parâmetro a greve será decretada. Desde o aviso de greve, a categoria realiza assembleias, protestos e paralisa parte da produção nas fábricas como forma de pressão. Segundo o sindicato, o aviso cumpre exigência legal para evitar que os grupos patronais peçam à Justiça julgamento de uma eventual paralisação.

Propostas apresentadas e rejeitadas

Fundição – 9%
Grupo 2 – 8,5% (máquinas e eletrônicos)
Grupo 3 – 8,9% (autopeças, forjaria, parafusos)
Grupo 8 – 9,55%  (indústria de metais ferrosos, metais não ferrosos, balanças, condutores elétricos e trefilação, esquadrias metálicas, refrigeração e tratamento de ar, equipamentos rodoviários e ferroviários, tratamento e laminação de metais)
Grupo 10 – 8,2% (reparação de veículos, fábricas de equipamentos médicos, odontológicos e hospitalares, estamparias, fábricas de móveis metálicos, lâmpadas e aparelhos elétricos, mecânicas, tratamento de superfícies, fábricas de material bélico, e fábricas de rolhas metálicas)