Após paralisações, metalúrgicos esperam por avanço em negociação
Entidade patronal sinaliza apresentação de nova proposta e categoria transfere para segunda (23) decisão sobre continuidade das paralisações
Publicado 19/09/2013 - 20h16
São Paulo – Representantes da categoria e da federação da indústrias (Fiesp) tiveram hoje nova reunião de negociação. A delegação patronal do Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos) sinalizou à Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da (FEM-CUT) que deve alterar proposta econômica, diferente dos 6,8% já oferecidos. Ontem (18), mais de fábricas do estado tiveram um dia de interrupção de atividades por parte em bases sindicais da CUT, Intersindical e Conlutas no estado de São Paulo.
“A pressão realizada nas fábricas movimentou as bancadas patronais. Tudo aponta para que haja um avanço nas negociações nos próximos dias e para que tenhamos propostas a serem apresentadas aos trabalhadores na assembleia”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. Assembleia está marcada para segunda-feira (23), no ABC
O presidente da FEM, Valmir Marques da Silva, o Biro Biro, afirma que as negociações também podem avançar nas cláusulas sociais com a garantia ao empregado em idade de prestação de serviço militar e estudantes, melhorias no plantão ambulatorial e a criação de uma função compatível para a mulher gestante. “Vamos aguardar a resposta, enquanto isso, as mobilizações e paralisações continuam.”
Amanhã (20) ocorrem negociações com representantes do Grupo 10 e paralisações de 24 horas em Sorocaba. Na segunda (23) está marcado reunião com o Grupo 2 e assembleia no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, às 18h, para avaliar o movimento.
A FEM representa aproximadamente 205 mil trabalhadores. Com os sindicatos filiados à Intersindical e à Conlutas, chegam a 360 mil os metalúrgicos em campanha no estado.
Greve encerrada
Em Taubaté aproximadamente 10 mil trabalhadores aceitaram proposta de reajuste salarial de 8,19%, sendo 2% de aumento real sobre os 6,07% de INPC acumulado em 12 meses, de setembro de 2012 a agosto de 2013. Segundo o Dieese, o reajuste salarial e abono pagos aos trabalhadores vai injetar R$ 79 milhões na economia local.
Em São Bernardo do Campos, cerca de 4 mil trabalhadores da Scania também decidiram encerrar uma greve iniciada na segunda-feira (16). A paralisação foi motivada por discordâncias no método de cálculo da PLR. “As garantias que a empresa deu para a execução das metas deram mais confiabilidade aos trabalhadores”, destaca Marques.
Os funcionário já retornaram ao trabalho e não terão desconto dos dias parados – haverá compensação.