Em greve, trabalhadores de Belo Monte negociam com consórcio

Funcionários da usina hidrelétrica de Belo Monte reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho; há duas semanas, 170 foram demitidos após paralisação

Operários em greve no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará (Foto: XinguVivo/Divulgação)

São Paulo – Em greve desde a última sexta-feira (25), trabalhadores do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, reúnem-se ainda na tarde desta segunda (28) com representantes do consórcio responsável pela construção da usina – a categoria reivindica melhorias nos salários e nas condições de trabalho.

Atualmente, o piso pago aos funcionários é de R$ 900, considerado abaixo do mercado, segundo sindicato da categoria. Os trabalhadores relatam que não terão permissão para passar as festas de fim de ano com suas famílias. O Consórcio Norte Energia determinou folga apenas entre os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, mas o período pleiteado é entre os dias 22 de dezembro e 5 de janeiro.

Os trabalhadores também denunciam precariedade nas condições de trabalho e alimentação. Cerca de 200 dos 1.800 trabalhadores passaram mal e tiveram intoxicação alimentar por conta de comida estragada distribuída na obra. No canteiro Palmital, que também faz parte do complexo, outros cinco trabalhadores tiveram distúrbios intestinais.

A última greve ocorreu no dia 12 de novembro — na ocasião, segundo depoimento de alguns funcionários, 170 empregados foram demitidos depois de um protesto em que se queixavam de desvios de função.

O grupo de empresas, liderado pela construtora Andrade Gutierrez, argumenta que está discutindo a data base dos trabalhadores com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada e Afins do Pará (Sintrapav-PA) e que o prazo das negociações ainda não está encerrado.