CUT elege hoje nova direção e decide sobre paridade entre homens e mulheres

São Paulo – A nova direção da CUT, para os próximos três anos, será eleita hoje (12) à tarde, no penúltimo dia do congresso nacional da central (Concut). A tendência […]

São Paulo – A nova direção da CUT, para os próximos três anos, será eleita hoje (12) à tarde, no penúltimo dia do congresso nacional da central (Concut). A tendência é de que seja eleito o atual secretário de Administração e Finanças, Vagner Freitas. Mas antes da eleição, um tema deverá provocar debate acirrado: a questão da paridade entre homens e mulheres na direção da entidade. Há uma proposta contrária e duas favoráveis à tese, uma pela paridade já e outra a partir do próximo congresso, em 2015. No encerramento das inscrições neste 11º Concut, foi confirmada a presença de 2.322 delegados, sendo 1.348 homens (58%) e 974 mulheres (42%).

A participação do movimento sindical nos fóruns tripartite (com governo e empresários) e em mecanismos como conselhos de competitividade, envolvendo temas ligados à política industrial, ocuparam boa parte dos debates do terceiro dia do congresso, ontem (11), em São Paulo. A questão ainda causa controvérsia no interior da central, mas prevalece a visão de que é preciso tentar intervir na formulação de propostas e projetos do governo. 

A indústria, setor mais atingido pela crise econômica internacional, foi tema de discussão durante a manhã. O economista Antônio Corrêa de Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, disse que são os países em desenvolvimento que têm sustentado o crescimento econômico, mas lembrou que a produção industrial brasileira já não cresce há quatro anos. “O crescimento do consumo foi atendido pela importação. Não podemos perder o mercado doméstico”, acrescentou. Desde os anos 1970, disse Lacerda, a indústria foi perdendo participação no PIB, passando de 33% naquele período para os 15% atuais. 

“A década de 1990 foi desastrosa para a indústria brasileira, com abertura econômica indiscriminada, privatizações e quebra de elos na cadeia produtiva”, afirmou Adriana Marcolino, da subseção do Dieese na CUT. Segundo ela, a partir de 2003 houve um início de discussão sobre política industrial no país, com retomada das ações do Estado. Mas as iniciativas ainda têm se voltado “mais para questões conjunturais do que estruturais”, com linhas de financiamento para a inovação ainda limitadas.

“Historicamente, quem discute política industrial são os empresários e os governos de plantão. Queremos discutir uma política perene”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres.