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Nobel da Paz propõe luta global de trabalhadores, em congresso da CUT

Em seminário internacional, militantes e sindicalistas de todo o mundo defendem propostas contra a precarização

Lidyane Ponciano/CUT-BR

Sharan Burrow: “Que nós, no 1º de maio de 2016, estejamos atrás de uma faixa pedindo a luta global”

São Paulo – O seminário internacional que marcou a abertura do 12º Congresso Nacional da CUT (Concut), hoje (13), em São Paulo, contou com a participação de cientistas políticos, trabalhadores de todo o Brasil, além de organizações sindicais internacionais. Um dos destaques foi a presença de Kacen Afia, representante da União Geral dos Trabalhadores Tunisianos (UGTT), cujo secretário-geral, Houcine Abassi, foi um dos agraciados recentemente com o prêmio Nobel da Paz.

“As barreiras geográficas e da língua não podem ser empecilhos para uma luta global dos trabalhadores. Aproveito a ocasião para saudar a CUT, que nunca deixou de lutar e acreditar em seus princípios”, disse em seu discurso o sindicalista tunisiano. A honraria do Nobel foi destinado aos trabalhos dos africanos pela transição democrática no país após as manifestações da chamada Primavera Árabe, em 2011.

Integraram ainda a mesa do seminário, o secretário internacional da CUT, Antônio Lisboa, a vice-presidenta da CUT, Carmem Foro, o cientista político e professor norte-americano Michael Fichter e a secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow.

Durante seu discurso, Fichter destacou a importância de uma luta global dos trabalhadores. “As cadeias de produção não atuam em prol dos direitos trabalhistas, apenas o lucro. As empresas atuais colocam um local de trabalho contra o outro, isso é a marca da precarização.”

O combate à precarização por meio de ações globais também foi defendido por Burrow. “Os empresários chamam o trabalho escravo de forçado, mas não é isso”, afirmou. Na sequência, declarou um desejo para o próximo ano. “Que nós, no 1º de maio de 2016, estejamos atrás de uma faixa pedindo a luta global.”

Outros temas que nortearam os debates no seminário foram as mortes de mais palestinos por sequenciais ataques do estado de Israel, o ataque terrorista na Turquia, em manifestação pela liberdade do povo Curdo, além do movimento golpista da direita no Brasil.

Discursaram ainda o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, e o presidente da Confederação Sindical das Américas (CSA), Victor Báez. “Não repercutam em suas bases as mentiras contadas pela mídia burguesa”, declarou Freitas. “Neste momento, o Brasil enfrenta uma situação complicada, estão querendo derrubar um governo que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza”, completou Baez.

Em 5 de novembro, movimentos sindicais de toda a América Latina devem ir às ruas para a “Jornada Continental de Luta Anti-imperialista”. A data representa a queda da proposta norte-americana de criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em 2005.

Com reportagem de Igor Carvalho, da CUT Brasil