São Paulo – Representantes do Ministério do Planejamento e dos professores universitários federais, em greve há 74 dias, reúnem-se amanhã (1º), às 19h, para discutir o resultado das assembleias de avaliação da proposta salarial apresentada à categoria no dia 25 passado. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a oferta de reajustes entre 25% e 40% não atende às reivindicações da categoria e foi rejeitada em pelo menos 50 universidades. A proposta anterior, feita em 13 de julho, previa aumentos a partir de 12% e foi recusada em todas as escolas.

“Os setores intermediários da carreira, nos quais se enquadram professores adjuntos e os que têm mestrado, poderiam acumular perda salarial de até 4,5% em março de 2015, tomando como base o salário de julho de 2010”, afirmou o primeiro-vice-presidente da entidade, Luiz Henrique Schuch. 

Mais que a questão salarial, o foco dos debates será a estruturação da carreira, segundo o dirigente. “A vertente que o governo trabalha desestrutura a carreira de forma gritante. O governo tem se negado a constituir a carreira com critérios e remete tudo para uma tabela anexa com valores nominais e distribuição aleatória”, criticou. “A remuneração por titulação é um exemplo. Consideramos que é fundamental, mas tem de ser feita a partir de um critério. E cadê o critério?”, questionou.

O sindicato também critica o regime de trabalho. “É preciso que haja equivalência entre os pares. Quem trabalha 40 horas tem de ganhar o dobro de quem trabalha 20 horas, e isso não está previsto na proposta. Seria a única exceção desse tipo no funcionalismo público”, afirmou Luiz Henrique.

Dia Nacional de Luta

Organizações sindicais comemoram hoje (31) o Dia Nacional de Luta dos Servidores Federais, data em que o Ministério do Planejamento apresentaria uma proposta de negociação para as 29 categorias em greve. A reunião, no entanto, foi adiada e deve ser remarcada na semana entre 13 e 17 de agosto, de acordo com o órgão.

Devido ao adiamento, os trabalhadores anunciaram que vão endurecer o movimento grevista. Durante a manhã, a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) e outras entidades participaram de um protesto na Esplanada dos Ministérios.

Com informações da Agência Brasil