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Campanhas salariais melhoram em 2023: metalúrgicos de São Paulo fecham acordo com aumento acima da inflação

Químicos no estado também já haviam aprovado renovação do acordo com aumento real

Jaélcio Santana/FS
Jaélcio Santana/FS
Assembleia dos metalúrgicos: acordo também garantiu renovação das cláusulas sociais

São Paulo – Os metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes aprovaram quarta-feira (1º), em assembleia, proposta patronal que, segundo os trabalhadores, será parâmetro para negociações que ainda estão em andamento. Essa proposta inclui reajuste de 5,5%, válido também para os pisos, abono de 13,5% e renovação da convenção coletiva de trabalho. Os 5,5% incluem 1,3% de aumento real (acima da inflação).

De acordo com os representantes dos metalúrgicos, a campanha envolve 54 sindicatos, filiados à federação estadual da categoria (Força Sindical). São aproximadamente 800 mil trabalhadores, com data-base em 1º de novembro. Segundo o presidente do sindicato de São Paulo e da Força, Miguel Torres, a partir da próxima segunda-feira (6) deverá haver novas adesões ao acordo.

Os metalúrgicos na base da CUT no estado de São Paulo também aprovaram acordo. A data-base é 1º de setembro. Por isso, o índice é diferente (6,14%), também com ganho real. Na base do sindicato do ABC, por exemplo, 20 mil trabalhadores já garantiram o reajuste.

Químicos também têm ganho real

Quem também fechou acordo, nos últimos dias, foram os químicos do estado, nas bases da CUT e da Força. Também com data-base em novembro, eles terão reajuste pelo INPC mais 1% de aumento real em todas as faixas, inclusive nos pisos.

Além disso, o acordo prevê participação nos lucros ou resultados (PLR), cujo valor varia conforme o número de funcionários. As cláusulas sociais serão renovadas até 2025.

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Estudo divulgado recentemente pelo Dieese mostra que os resultados das campanhas salariais neste ano têm sido positivos. Com base em dados de 13.204 negociações coletivas, até setembro, são 78,1% acordos com reajuste acima da inflação – a referência é o INPC-IBGE. Reajustes equivalentes ao índice são 16,7% e abaixo, apenas 5,3%. Um dos fatores é justamente a redução dos índices de inflação.